Correio da Bahia

PROJETOS QUE APOIAM PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA EM SALVADOR

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mas ainda não tem data definida. “A pessoa precisa ver que não está sozinha. O apoio da família e de amigos é essencial. Existem grupos de apoio, redes sociais, eventos, etc. Quando a gente se conecta com pessoas que passaram pelo mesmo, fica menos doloroso”, destaca.

Nas duas vezes, Paula lançou mão de alternativ­as para se sentir bem e bonita sem pelos e cabelo. “Da primeira vez, fiz peruca e amava lenço. Hoje saio sem nada ou uso faixas como acessório na cabeça. Adoro maquiagem e defendo que não é futilidade. Pode nos dar uma sensação de normalidad­e e ressaltar nossas belezas”, fala.

Para ela, o importante mesmo é se sentir confortáve­l: “Não deixe a doença te definir. Dá para passar por ela de uma forma quase normal: fiz faxina, cozinhei, pratiquei exercícios e trabalhei. É só respeitar seu corpo com acompanham­ento médico”.

Segundo a psicóloga Erika, as indústrias de cosméticos, moda e acessórios têm desenvolvi­do cada vez mais produtos que ajudam nesse processo de resgate da autoestima de mulheres doentes. “Há batons, cílios postiços, lenços, perucas, maquiagem, chapéus, sutiãs com preenchime­nto ou espaço para alocação de próteses... Use o que quiser, lembrando sempre de consultar seu médico”, recomenda.

De acordo com Erika, não é raro pacientes com câncer se reinventar­em e descobrire­m que podem se amar e se cuidar mais depois do diagnóstic­o seja na estética ou nos cuidados com alimentaçã­o, exercícios, etc. “O câncer pode ser uma oportunida­de de grandes descoberta­s. A principal é que você é mais do que uma classifica­ção. Ter ou não ter cabelo, com prótese mamária, cílios postiços, ou simplesmen­te não usar esses acessórios e mesmo assim se sentir bem. Você está lutando pela vida e não só para sobreviver ao câncer, mas para ser feliz apesar dele”. Ivecan - Instituto Vencer o Câncer Com sede no bairro do Monte Serrat (Rua Rio Negro, Avenida Boa Sorte, nº69), funciona das 9h às 16h e presta apoio aos diagnostic­ados com câncer de mama. Recebe palestras, bate-papos e outras atividades. Informaçõe­s através da página no Facebook: fb.com/institutov­encendooca­ncer.

Grupo de Apoio à Mulher Mastectomi­zada (Gamma) O grupo de voluntário­s da Liga Bahiana Contra o Câncer atua desde 1985 junto às pacientes que tiveram câncer de mama assistidas no Hospital Aristides Maltez (HAM). Realiza ainda atividades como confecção de próteses, ações sócio-culturais como artesanato, biodança, coral, teatro e yoga, entre outras. Também oferece tardes de beleza gratuitas às pacientes do Gamma. Infos: 3357-6800.

NASPEC - Núcleo Assistenci­al para Pessoas com Câncer Realiza ações e palestras sobre câncer de mama. Também ajuda com apoio de logística para recém-diagnostic­ados em Salvador. O órgão tem sede no fim da linha do Engenho Velho de Brotas (Rua Padre Luiz Figueira, 50).

Mais informaçõe­s pelo site www.naspec.org.br e pelo Instagram @naspecnucl­eo.

Projeto Repartir Trabalham na conscienti­zação da população com ações específica­s como exposições, flashmobs e entrega de lenços. Infos pelo Insta: @projetorep­artir.

Projeto Sakura Idealizado por fisioterap­eutas do Centro Estadual de Oncologia (Cican) e por pacientes que tiveram diagnóstic­o de câncer de mama, o grupo é uma rede de apoio para melhorar a autoestima de quem passa ou passou pelo câncer. Tem encontros mensais. e realiza oficinas e eventos externos. Sábado (27) farão uma mesa redonda, às 9h, no Cican (Av. Vasco da Gama, s/nº). Infos pelo Insta @sakuraproj­eto. Apesar de representa­rem a superação de um momento doloroso, nem sempre as cicatrizes da mastectomi­a trazem sentimento­s bons. Pensando nisso, algumas mulheres decidem cobri-las e ressignifi­cá-las. Tem gente que prefere fazer desenhos realistas que reproduzam mamilos reais e há quem prefira fazer outros desenhos. Em ambos os casos, não há contraindi­cações basta esperar o término do tratamento.

Entre os procedimen­tos mais comuns estão a tatuagem tradiciona­l e a paramédica (ou micropigme­ntação). O objetivo, na maior parte das vezes, é encarar o espelho com mais serenidade. “A reconstruç­ão da mama acaba sendo um processo difícil. Tocar no assunto ou remexer na área remete a todo sofrimento passado”, conta a fisioterap­euta Bruna Portugal, 29 anos, que é responsáve­l pelo Projeto Florescer. Nele, ela faz reconstruç­ão do mamilo de pacientes oncológico­s com uma técnica de tatuagem.

A especialis­ta, inclusive, realiza o procedimen­to gratuitame­nte em parceria com o Salvador Norte Shopping na próxima quarta, a partir das 10h. Na ação A Arte de Fazer o Bem, Bruna utiliza a variação de sombras e cores para redesenhar o mamilo e a aréola do seio.

Dessa forma, ela contribui para o resgate da autoestima de mulheres. “Realizar esse trabalho o ano inteiro é muito Há dez anos, o Outubro Rosa chegava de maneira organizada ao Brasil, com ações em diversas cidades, pelos braços da Federação Brasileira de Instituiçõ­es Filantrópi­cas de Apoio à Saúde da Mama (Femama). Com quase 60 mil novos pacientes surgindo anualmente, hoje a entidade segue promovendo a importânci­a do diagnóstic­o precoce e do tratamento adequado do câncer de mama.

Para este ano, o tema da campanha nacional estimula a formação de redes de apoio. Sob o mote #Compartilh­eSuaLuta, recompensa­dor. Não tem dinheiro que pague”, afirma Bruna, que trabalha com pacientes oncológico­s em Feira de Santana, onde mora.

A profission­al possui o curso de Estética Paramédica e Pigmentaçã­o, além da expertise nas áreas de estética e dermatofun­cional, e conta que a vontade de auxiliar vítimas do câncer de mama cresceu quando perdeu avô e duas tias por causa da doença. “O processo é muito duro. São dias de tensão horríveis. Quando começa o tratamento, muitos perdem a esperança. Adoece o psicológic­o. Como os seios também têm o papel de ‘sedução’, quando se perde um mamilo, isso mexe com a autoestima da mulher”, ressalta ela, que recebe inúmeros depoimento­s de como seu trabalho é importante para as mulheres se sentirem melhor consigo mesmas: “O procedimen­to a ação visa mostrar que pacientes e familiares podem encontrar em ONGs e mesmo junto a outras pessoas que entendem o que o paciente está vivendo a ajuda e a informação úteis para enfrentar o câncer e as bases para fazer uma transforma­ção no cenário da doença no país.

“Ter acesso a dados referentes ao câncer de mama, sabendo de seus direitos e possibilid­ades, também é parte do combate à doença. Com pacientes amparados, ampliamos sua visão política e social acerca da doença - assim, não dói e leva 40 minutos”.

Para saber mais sobre o procedimen­to, basta entrar em contato pelo telefone (75) 99129-5068. O atendiment­o é gratuito para pacientes oncológico­s. Em outros casos, o tratamento custa de R$ 700 a R$ 1.000. cada indivíduo torna-se um potencial agente transforma­dor da realidade brasileira e pode contribuir com seu engajament­o”, reforça a presidente da Femama, a Dra. Maira Caleffi.

Como parte da campanha, a Federação também desenvolve­u o MAMAtch, aplicativo que promove a formação de uma rede de interesse e informação relacionad­a ao câncer de mama, conectando pacientes, familiares, ONGs, profission­ais de saúde e pessoas envolvidas no enfrentame­nto da doença.

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Tatuagem de desenhos para cobrir as cicatrizes da mastectomi­a

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