Correio da Bahia

Críticas de Mano Brown marcam ato do PT

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Um discurso crítico do rapper Mano Brown marcou um ato de campanha de Fernando Haddad (PT) no Rio de Janeiro, ontem. O cantor e compositor criticou o clima de festa e de otimismo do evento, que clamava por uma virada sobre Jair Bolsonaro (PSL), e culpou a falha de comunicaçã­o do PT com os eleitores das classes populares pela eleição do militar, que considera definida.

“Se não está conseguind­o falar a língua do povo, vai perder mesmo. Falar bem do PT para a torcida do PT é fácil. Tem uma multidão que não está aqui que precisa ser conquistad­a”, disse o rapper, que ouviu algumas vaias. De acordo com a organizaçã­o, 70 mil pessoas estavam presentes na praça abaixo dos Arcos da Lapa. “Não gosto do clima de festa. O que mata a gente é a cegueira e o fanatismo. Se somos o partido dos trabalhado­res, temos que entender o que o povo quer. Se não sabe, volta para a base e vai procurar saber”, disse.

Ao discursar no encerramen­to do ato, Fernando Haddad disse que respeitava e entendia o que disse Mano Brown. “O que ele disse é sério”, afirmou o candidato do PT, defendendo que é preciso “dar razão” às pessoas que estão votando em jair Bolsonaro não porque confiam nele, mas porque “estão desesperad­as”.

“Tem irmãos e irmãs nossos que estão na periferia revoltados com tudo que está acontecend­o e com razão. Temos que, nesta semana, abraçar essas pessoas, que sempre estiveram conosco”, disse.

Presente no evento, o músico Caetano Veloso também comentou a fala de Brown. “Eu acho que a fala de Mano Brown é muito importante, porque traz a complexida­de do nosso momento. A mera festa pode parecer que temos uma mensagem simples a passar”, afirmou. O candidato do PT à Presidênci­a, Fernando Haddad, prometeu ontem, ao participar de sabatina na rádio CBN, dobrar o contingent­e da Polícia Federal. “A PF é uma das coisas mais baratas do país frente ao resultado que dá. É uma polícia que dá lucro para o país”, disse, citando a atuação da corporação nas fronteiras - mas sem fazer nenhuma referência à operação Lava Jato.

Para Haddad, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, não entende de segurança, embora seja identifica­do com o tema. O petista criticou a proposta de redução da maioridade penal do adversário e afirmou que ela pode aumentar o problema, pois fará com que o crime organizado passe a recrutar integrante­s cada vez mais jovens. “Ele (Bolsonaro) nunca aprovou um projeto de segurança em 28 anos de mandato”, disse Haddad.

Na sabatina, o ex-prefeito de São Paulo afirmou que o PT fez ajustes em seu programa no segundo turno para contemplar pontos levantados pelos partidos que passaram a apoiar sua candidatur­a, como o PSOL. Também alterou temas que, segundo ele, estavam sendo explorados por Bolsonaro nas redes sociais. Ao responder às perguntas dos ouvintes, Haddad prometeu, entre outras coisas, cortar o auxíliomor­adia dos juízes.

O candidato do PT prometeu controlar o preço do gás de cozinha, como já havia feito em outras ocasiões, mas garantiu que não interferir­á nos preços dos outros derivados da Petrobras. Segundo ele, é possível fixar o preço do botijão, que é item da cesta básica, em R$ 49, valor cerca de

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