Correio da Bahia

Petista faz novo aceno a Ciro durante campanha em Recife

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“Se você vai votar nulo, vamos conversar?” Diante de pesquisas desfavoráv­eis e dos embates inflamados e infrutífer­os das redes sociais, pequenos grupos de apoiadores de Fernando Haddad (PT) estão indo para ruas e praças para tentar reverter votos nulos e conquistar indecisos.

A ideia, que está se espalhando por cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Rio Grande do Sul, é romper a “bolha” ideológica e travar conversas olho no olho, livres de paixões e baseadas em informaçõe­s de fontes confiáveis em que se mostrem, por um lado, posturas polêmicas de Jair Bolsonaro (PSL) e, por outro, o plano de governo do candidato petista.

No Rio, a jornalista Maria Eduarda Mattar, 38 anos, deu o ponto de partida no Largo do Machado, na zona sul da capital, no feriado do dia 12. Com quatro amigos, levou uma placa que oferecia escuta atenta a quem planeja anular o voto. Chegando lá, encontrou um casal que fazia o mesmo, e exibia um cartaz com os dizeres: “Em dúvida sobre o segundo turno?”

Durante uma hora e meia, Maria Eduarda e seus amigos mostraram vídeos e tiraram dúvidas sobre as falas de Jair Bolsonaro referindo-se a negros e pessoas LGBT.

Os grupos se sentem motivados pelo fato de a abstenção no primeiro turno ter sido recorde - quase 30 milhões de pessoas no país, ou 20,3% do eleitorado, o maior índice registrado desde 1998.

Em Porto Alegre, a psicóloga Helen Barbosa, de 37 anos, também aderiu e foi para o Parque da Redenção. “Queremos o acolhiment­o. Não temos a lógica da panfletage­m. As pessoas estão sendo engolidas pelas fake news”, justificou Helen.

Numa queixa às notícias falsas disseminad­as pelas redes sociais para favorecer seu adversário, Fernando Haddad classifico­u a campanha deste ano como “a mais baixa de todos os tempos”. Segundo ele, Jair Bolsonaro, candidato do PSL, seria o maior responsáve­l pelo nível da disputa pela sucessão presidenci­al.

O candidato concedeu entrevista após se reunir com a ex-presidente da Costa Rica Laura Chinchilla, que chefia a missão da Organizaçã­o dos Estados Americanos (OEA). O candidato do PT, Fernando Haddad, afirmou ontem, em Recife, que "com Ciro [Gomes] a virada será mais fácil". Em mais um aceno ao pedetista, o ex-prefeito de São Paulo disse que é hora de esquecer as arestas. A expectativ­a é de que Ciro chegue ao Brasil hoje, mas o pedetista não fez qualquer aceno a Haddad no segundo turno, frustrando as expectativ­as do PT.

"Até minha mulher está com ciúmes do Ciro de tanto aceno que eu faço para ele. Eu vou continuar fazendo aceno porque eu gosto do Brasil acima de tudo. Não é com arrogância que nós vamos enfrentar o desafio que está posto. Vamos fazer um governo amplo, de unidade nacional, democrátic­o e policial", disse Haddad, em entrevista coletiva.

A três dias do segundo turno, o petista iniciou a última viagem pelo Nordeste. Haddad deve ir à Paraíba e à Bahia antes de encerrar a campanha em São Paulo. O petista disse estar confiante. Segundo ele, há uma tendência de virada que começou pelo Sudeste.

O entorno de Ciro, contudo, considera pouco provável que ele faça um aceno explícito. A intenção do grupo do pedetista é tornar a recepção no aeroporto uma espécie de lançamento informal de sua candidatur­a à sucessão presidenci­al em 2022.

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