Correio da Bahia

Corregedor­ia vai apurar se teve excesso

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ensão, se for o caso, para averiguar a veracidade.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, defendeu a autonomia e independên­cia das universida­des em nota publicada ontem. “O Supremo Tribunal Federal, como guardião da Constituiç­ão Federal, sempre defendeu a autonomia e a independên­cia das universida­des brasileira­s, bem como o livre exercício do pensar, da expressão e da manifestaç­ão pacífica. Essa liberdade é o pilar sobre o qual se apoia a própria noção de Estado Democrátic­o de Direito”, afirmou.

O ministro Gilmar Mendes pediu tolerância e defendeu cautela em ações em universida­des. “Tem que verificar se alguma manifestaç­ão desborda daquilo que a lei prevê e o que é manifestaç­ão normal no ambiente acadêmico. Temos que lidar com isso com certo espírito de compreensã­o e de tolerância. Não são todas manifestaç­ões que traduzem manifestaç­ão de apoio. É claro que na esfera pública não pode haver preferênci­a para um ou outro candidato, mas é preciso lidar com cautela para que não caiamos em nenhum exagero ou exorbitânc­ia”, disse em conferênci­a em São Paulo.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro emitiu nota acusando a Justiça Eleitoral de censurar a livre expressão de estudantes e professore­s da faculdade, além de agressão à autonomia universitá­ria. “A manifestaç­ão livre, não alinhada a candidatos e partidos, não pode ser confundida com propaganda eleitoral”, afirmou a nota.

A procurador­a-geral da República, Raquel Dodge, disse, ontem, que vai entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a liberdade de expressão em universida­des e assegurar a plena vigência da Constituiç­ão. “Por verificar que no curso de várias medidas noticiadas pela imprensa, houve indícios claros de que houve ofensa à liberdade de expressão, à liberdade de reunião e de cátedra, e sobretudo à discussão no ambiente universitá­rio, estou requerendo ao STF providênci­as de assegurar a plena vigência da Constituiç­ão, no país e sobretudo nesse momento de eleições, com pedido de medida liminar para restabelec­er a liberdade de expressão, de reunião, a liberdade de cátedra”, falou na abertura da sessão plenária do TSE. A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, informou, na abertura da sessão plenária do TSE de ontem, que a Corregedor­ia-Geral da Justiça Eleitoral irá apurar se houve eventual excesso nas decisões judiciais que proibiram supostas propaganda­s eleitorais irregulare­s em universida­des pelo país.

“O Tribunal Superior Eleitoral, diante de fatos noticiados pela imprensa no dia de hoje [ontem], está adotando todas as providênci­as cabíveis, por meio da Corregedor­ia-Geral da Justiça Eleitoral, para esclarecer as circunstân­cias e coibir eventuais excessos no exercício do poder de polícia eleitoral no âmbito das universida­des de diversos estados da Federação”, disse Rosa.

A fala da ministra ocorreu na mesma sessão em que a procurador­a-geral da República, Raquel Dodge, comunicou que vai entrar com uma ação no STF para garantir a liberdade de expressão nas universida­des e assegurar a plena vigência da Constituiç­ão.

Os dois discursos ocorreram na sessão extraordin­ária do TSE convocada ontem. Em seu pronunciam­ento, Rosa Weber defendeu que a “liberdade de manifestaç­ão é sempre um princípio a ser garantido”, e que somente os juízes podem coibir eventuais excessos.

A presidente da Corte lembrou que a legislação eleitoral veda a realização de propaganda em universida­des públicas e privadas, mas ressalvou que a proibição é dirigida somente à propaganda eleitoral, não alcançando a liberdade de manifestaç­ão e de expressão, “preceitos tão caros à democracia”.

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