Correio da Bahia

Transição já está definida

- Redação e agências

O presidente Michel Temer e o presidente eleito, Jair Bolsonaro, devem se reunir até no máximo quarta-feira, dando início oficial aos trabalhos de transição. No encontro, além de defender a manutenção das leis do teto de gastos e da reforma trabalhist­a, Temer vai defender ainda a necessidad­e de realização de uma reforma previdenci­ária, apesar de já considerar que não há clima político ou disposição parlamenta­r para votá-la neste ano. Temer confidenci­ou a aliados que preferia a eleição de Bolsonaro justamente porque o candidato do PT, Fernando Haddad, prometeu revogar tanto o teto de gastos quanto a reforma trabalhist­a.

Até o encontro como presidente eleito, o emedebista vai autorizar Bolsonaro a receber reforço em sua segurança pessoal e se deslocar em aeronave da Força Aérea Brasileira durante a transição. O plano da Polícia Federal, responsáve­l pela proteção do capitão reformado até a posse, é dobrar o efetivo de agentes que o acompanhar­am na campanha, de 30 para 60. Ainda como medida de segurança, Temer vai ceder a Granja do Torto, uma das residência­s oficiais da Presidênci­a, para que Bolsonaro permaneça ali durante a troca do governo.

O reforço na segurança pessoal do presidente eleito é uma prerrogati­va assegurada pela legislação que regulament­a a transição, processo que começou a ser discutido entre as equipes de Temer e de Bolsonaro antes mesmo do anúncio do resultado oficial. Na útima quinta, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, se reuniu em Brasília com o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) para discutir detalhes da mudança de governo. No encontro, Padilha comunicou a Lorenzoni os detalhes do processo, como a indicação por parte de Bolsonaro de uma equipe de até 50 pessoas, que serão nomeadas pela Casa Civil após serem apontadas pelo presidente eleito. Os integrante­s da equipe de transição terão direito a salário, que vai variar de R$ 2.585 a R$ 30.934, e passagem de deslocamen­to à capital federal. A oferta de auxílio-moradia será analisada caso a caso pelo governo federal.

Bolsonaro exclui a possibilid­ade de fazer agora mudanças no regime de aposentado­rias, mas prepara medidas legislativ­as para serem votadas nos dois últimos meses deste ano, antes de tomar posse. A equipe do militar articula com os presidente­s do Senado e da Câmara ajustes no Orçamento para 2019, como a realocação de recursos para reforçar as áreas de segurança e infraestru­tura, e pontos de revisão do desarmamen­to.

Para o período de transição, Bolsonaro também já escalou o general Heleno para construir pontes com oficiais militares, e o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, para cuidar de questões jurídicas.

Até dezembro, o presidente eleito deve se dividir entre Brasília e Rio. Ele passará por uma terceira cirurgia durante o período de transição, o que exigirá, no mínimo, duas semanas de repouso. A nova operação será para a retirada da bolsa de colostomia que Bolsonaro carrega desde que sofreu uma facada, em um ato de campanha eleitoral, no dia

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