Doria vence e PSDB mantém domínio
Na eleição estadual mais apertada do país, o ex-prefeito João Doria (PSDB), 60 anos, foi eleito ontem governador de São Paulo. Com 51,7% dos votos válidos, o tucano derrotou o atual governador, Márcio França (PSB), que obteve 48,3%, e garantiu a hegemonia do PSDB no estado, que já dura 24 anos – são sete eleições consecutivas.
Aos gritos de “Fora PT” e “João Trabalhador”, Doria foi recebido com festa na noite de ontem em um hotel na região central da capital, onde discursou ao lado da esposa, Bia Doria, do vice-governador eleito, Rodrigo Garcia (DEM), e de aliados políticos. O ex-prefeito conseguiu vencer a rejeição provocada pela saída precoce da prefeitura e foi bem-sucedido em sua estratégia de “nacionalizar” a disputa ao colar sua imagem no presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e vincular França ao PT.
A vitória de Doria sobre França também foi a mais apertada nas eleições ao governo de São Paulo em 28 anos. O tucano venceu o atual governador com uma vantagem de 741 mil votos, a mesma diferença proporcional obtida na eleição de 1990 pelo ex-governador Luiz Antonio Fleury (PMDB) contra Paulo Maluf (PDS).
Personagem central do racha do PSDB em São Paulo, Doria escondeu o ex-governador e padrinho político, Geraldo Alckmin, e fez uma campanha no segundo turno baseada na popularidade de Bolsonaro, mesmo sem apoio recíproco dele. Ontem, o tucano disse ter recebido uma ligação do presidente eleito o parabenizando pela vitória e defendeu apoio ao governo do capitão reformado do Exército. Segundo Doria, Alckmin não o procurou para cumprimentá-lo.
Apesar de ter liderado a disputa durante toda a campanha, Doria viu o atual governador ganhar terreno na última semana. Na véspera do pleito, os dois chegaram numericamente empatados (50% a 50%), segundo pesquisa Ibope/Estado.
Ontem, França disse que saiu “vitorioso” das urnas, mesmo com a derrota. “Há vitórias eleitorais, em que eu me senti derrotado, e há derrotas em que me senti vitorioso. Hoje, eu me sinto vitorioso aqui”, disse França, sob aplausos de familiares, assessores e aliados no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
França também afirmou que vai “fazer todo o esforço”