Televisão A atriz Fernanda Tôrres entra na série Sob Pressão no episódio de amanhã
belo, viu? Acho que é a marca do tempo, né minha filha? Você não vai ficar mais nova se pintar. O importante é ter autoestima. Aceitar a velhice com tranquilidade, né? Com controle, com certos limites, claro. Mas aceitar”, sugere, simpática.
Com mais de 20 anos de atuação na área de psiquiatria geriátrica, o psiquiatra André Gordilho, 46, destaca que “não há uma fórmula de sucesso para o envelhecimento bem-sucedido”. “O que é envelhecer bem?”, questiona. “É envelhecer com ausência de doenças, com bom desempenho físico e cognitivo. É poder fazer atividades do dia a dia, tomar decisões, ser autônomo”, enumera.
Apesar de não ter regra, existem dicas para garantir o bem-estar depois dos 60 anos, como se alimenar bem e fazer atividade física regular, respeitando os limites do corpo. Da mesma forma, o treinamento cognitivo também precisa ser estimulado com a leitura e as palavras cruzadas, por exemplo.
Mesmo com as dicas, Gordilho destaca que é importante evitar os extremos. Para ele, não é bom nem deixar de
Não posso parar, não! Se eu parar eu morro. A única forma de mostrar que estou vivo e funcionando é dando aula Harildo Deda
Negar a velhice é negar a própria história de vida, as vivências importantes, as perdas e conquistas que fazem parte da pessoa Marlene Brito fazer tudo por conta de um excesso de cuidado, nem relaxar demais a ponto de não se preocupar com nada.“Os dois extremos são ruins, porque se você só vive com cuidado, deixa de ter determinados prazeres. Do outro lado, você não cuida da saúde física, mas pode desenvolver uma doença que talvez pudesse ser prevenida”, compara. “Tudo é moderação, né? Você precisa se cuidar, mas não precisa entrar em paranoia”, resume.
O psiquiatra destaca, ainda, que o engajamento social é muito importante para um envelhecimento saudável e livre da depressão. Um dos principais problemas, alerta, é o isolamento que acontece quando a pessoa sofre sozinha e acaba se afastando de tudo e de todos. “A gente sabe que é muito saudável o envolvimento social, estar próximo às pessoas, trocar ideias. São coisas que estimulam você a viver”, garante.
Uma das responsáveis por provocar o isolamento é a difcíl relação social com a velhice, como aponta a psicóloga e professora da Universidade Ruy Barbosa Marlene Brito, 49. Doutora em Família pela Ecole Des Hautes Etudes, de Paris, Brito explica que “o século XX afirmou a ideia de juventude como valor” e “envelhecer passou a ser visto como perda”.
“Ser jovem tem sido, por muito tempo, um ideal que as pessoas não querem perder, por representar o belo, o vigor”, destaca. “Nesse sentido, há o afastamento do idoso ou o isolamento, dificultando a possibilidade de uma rede social mais ampla”, alerta a psicóloga. Negar a velhice, em sua opinião, é negar “a própria história de vida, as perdas e conquistas que fazem parte da pessoa”.
Por isso, na maioria das vezes, a família e os amigos aparecem como lugares de apoio e cuidado. Socialização que foi logo valorizada pela professora aposentada e atriz Neyde Moura, 79. Colega de cena de Harildo Deda na peça Em Família, Neyde revela que, assim que se aposentou, como professora de música, aos 50 anos, entrou em um curso de teatro voltado “para a maturidade”.
Hoje, perto dos 30 anos de carreira no teatro, Neyde conta que só lembra da velhice quando chega no espelho e vê as rugas. “Por mais que a gente se cuide, tem o desgaste do tempo. A questão é manter a mente sã: ler bons livros, ouvir boa música, ir ao cinema... Não tem nada melhor!”, diz, empolgada.
Preocupada em manter uma boa alimentação, em beber muita água e em dormir bem, Neyde diz que ter cuidado nunca é demais. Por isso, faz academia diariamente e pilates. Apesar disso, a atriz garante não temer a passagem do tempo. “Não penso na velhice, não penso mesmo, porque por dentro eu me sinto jovem. Eu faço academia, eu ando, pago minhas contas todas... O que eu quero mais?”, sorri.
Vá ao médico O acompanhamento regular é importante para prevenir possíveis doenças
Exercite a mente A leitura e as palavras cruzadas são aliadas do desempenho cognitivo
Socialize O engajamento social é importante para um envelhecimento saudável e livre da depressão