Guedes descarta negociar dívida
Futuro ministro da Economia no governo de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes afirmou que “está fora de questão” renegociar a dívida pública brasileira. Ele acrescentou que a estratégia da futura equipe econômica para a redução do endividamento será realizar as reformas e acelerar as privatizações.
Na segunda-feira, em entrevista à Band, o presidente eleito disse que a dívida pública do Brasil não é impagável, mas precisaria ser renegociada. Bolsonaro afirmou ainda que seu ministro da Economia se encarregaria dessa missão. Guedes, porém, foi enfático ao negar.
“Está fora de questão renegociar dívida. O que existe é preocupação com a dívida. Por isso, faremos reformas e faremos o que empresas fazem - vender ativos”, disse Guedes. “Não é razoável o Brasil gastar US$ 100 bilhões por ano para pagar juros da dívida”, afirmou.
A dívida pública federal fechou o mês de setembro, último dado disponível, em R$ 3,79 trilhões, segundo o Tesouro Nacional - sendo R$ 3,62 trilhões de dívida interna e R$ 151 bilhões de dívida externa (com pagamentos em moeda estrangeira).
Para captar recursos no mercado nacional - dívida interna -, o governo emite títulos públicos, negociados na plataforma do Tesouro Direto. Na prática, a União toma dinheiro emprestado e paga juros por isso - que podem ser prefixados ou atrelados a algum indicador, como Selic ou inflação.
O componente externo da dívida é pago em outras moedas, sobretudo o dólar, muito mais valorizado que o real. A captação ocorre por meio da emissão de títulos e por outros contratos.
Paulo Guedes disse ainda que pretende acelerar as privatizações para liberar recursos e ajudar não só no ajuste fiscal, mas também no alívio a algumas áreas que hoje reclamam da falta de verbas.
“Em vez de pagar juros da dívida, vamos dar dinheiro para saúde e educação.”
O grande problema dos últimos 30 anos, segundo o economista, é o “descontrole” sobre os gastos públicos questão que ele promete atacar em sua gestão. Paulo Guedes falou a jornalistas na chegada ao Ministério da Fazenda para um encontro com o atual titular da pasta, Eduardo Guardia.