Correio da Bahia

Esculturas podem parar em depósito

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Os cabos e fios estão desprotegi­dos na recepção do edifício-sede dos Correios. Não há forro e o preto do teto reforça a escuridão e o aspecto de abandono. No lado externo, os funcionári­os perderam os cálculos de quando as barras de proteção foram colocadas para separar os clientes de espaços de risco.

“Até janela começou a cair aqui embaixo, imagine cair em alguém”, falou um funcionári­o do extinto setor de manutenção, onde já chegaram a trabalhar 40 pessoas. Hoje, são três. Ali, 13 obras de Mário Cravo Jr. aguardam destino incerto.

O artista plástico foi convidado em 1984, meses após a inauguraçã­o do prédio, a executar alguns painéis que revestiria­m as colunas para o hall do edifício e para criação de três esculturas de ferro. Foram escolhidos três orixás: Oxum e Exu, hoje cercados por barras de isolamento, e Iemanjá. Em 2006, restaurou as obras.

Agora, pode ser que todas elas acabem em um depósito dos Correios, afirmou Otávio Cravo, filho de Mário. A estatal contatou a família apenas há 20 dias. “Falou-se, inicialmen­te, no Palácio de Ondina, mas não me parece que vai acontecer por aí. Deve ir para um depósito dos próprios Correios até que se decida o final. É curto o período de tempo para decidir, né?”, diz.

À medida que cresce a curiosidad­e sobre o destino das obras, infla também o mistério sobre o que será feito com o prédio, propriedad­e dos Correios. Clientes e funcionári­os são taxativos, embora os Correios não confirmem ou desmintam: o prédio será demolido e vendido.

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