Moro defende criar mais vagas e ‘endurecer’ sistema carcerário
O futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, defendeu, ontem, o “endurecimento” das regras para que o sistema prisional deixe de ser “leniente” com pessoas que praticaram crimes graves. Moro deu a declaração em Brasília, após se reunir com o atual chefe da pasta, Torquato Jardim. Na opinião do futuro ministro, pessoas que cometeram homicídios, por exemplo, deixam a cadeia antes do tempo que ele acha que elas deveriam cumprir pena.
“Evidentemente, a questão carcerária é um problema e nós estamos refletindo sobre ela da forma mais apropriada. É necessário ampliar vagas, é necessário eventualmente ter um filtro melhor”, afirmou Moro. “refletindo sobre a questão carcerária”.
O plano de governo de Jair Bolsonaro não traz propostas para redução da superlotação. Há hoje 726 mil presos no país, e um déficit de 358 mil vagas, de acordo com os dados mais recentes do Departamento Penitenciário Nacional.
Sérgio Moro afirmou ainda que já existem vários planos em gestação sobre combate à corrupção e ao crime organizado. Entre elas, Moro disse que vai aproveitar uma parte das propostas que constavam nas dez medidas contra a corrupção apresentadas ao Congresso por projeto popular.
“As eleições deixaram claro que há grande insatisfação da população com a segurança pública. Esse é um problema sério, difícil, que precisa ser equacionado. Em parte por medidas executivas, em parte por projeto de lei. É o momento propício para a apresentação de projetos legislativos. As 10 medidas estão dentro desse radar”, afirmou. Na sequência, ele acrescentou que algumas das propostas “serão resgatadas e algumas talvez não sejam tão pertinentes agora quanto no passado e novas devam ser inseridas”.
O futuro ministro da Justiça disse que discutiu a formação de seu ministério, em reuniões na manhã de ontem com o ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
“Diversas reuniões, diversos assuntos complexos. Vou ficar devendo mais detalhes”, disse Moro, abordado pela imprensa após almoçar num bistrô situado na área comum do CCBB.