Cargos políticos em bancos estatais podem ser cortados
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse, na tarde de ontem, que pretende cortar “no mínimo” 30% dos cargos políticos nos bancos federais. Em conversa com jornalistas no Superior Tribunal Militar (STM), ele confirmou a reportagem publicada ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo que sua equipe prepara um “pente-fino” para mapear indicações partidárias no Banco do Brasil (BB), no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Banco do Nordeste (BNB) e no Banco da Amazônia (BASA). “Pretendemos diminuir (o número de cargos) e colocar gente comprometida com outros valores lá dentro”, afirmou.
A equipe do presidente eleito pretende fazer esse pente-fino nas próximas semanas, no que foi classificado como “aparelhamento” dos bancos federais nas gestões do MDB e do PT, destacou o jornal. As informações, segundo integrantes da transição, estão sendo levantadas por “grupos voluntários” de funcionários de carreira doBB, da Caixa, do BNDES, do BNB e do BASA. Eles começaram a preparar relatórios sobre quem é quem em cargos com salários entre R$ 30 mil e R$ 60 mil.
A equipe do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, e dos generais da reserva que atuam na organização do próximo governo, solicitou formalmente um outro relatório: a lista de apadrinhados em toda a máquina pública, com destaque para os bancos. O pente-fino será feito a partir desses relatórios, com o objetivo de mexer nos cargos executivos demitir não concursados e trocar funcionários de carreira nesses postos, afastando indicados políticos.
A uma pergunta sobre o “cabide” de empregos nos bancos federais, Bolsonaro afirmou que a equipe de Paulo Guedes irá “rever” as estruturas das instituições. “Vamos diminuir isso aí”, ressaltou. Ele disse “concordar” que há um “exagero” no número de comissionados e citou o quadro de funcionários dos ministérios. Na entrevista, ele voltou a destacar que pretende dar transparência às operações do BNDES, uma bandeira de campanha. “No BNDES, o sigilo vai ser zero”, garantiu.
Bolsonaro destacou que as mudanças nos bancos estatais e as nomeações de presidentes, incluindo a do Banco Central, estão sendo analisadas por Paulo Guedes. Até agora, o futuro ministro da Economia informou que Joaquim Levy, ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff, comandará o BNDES. “É da minha índole confiar nas pessoas”, disse Bolsonaro, referindo-se a Guedes. “Essa é a política econômica do Paulo Guedes. Ele tem ascendência”, completou.