Correio da Bahia

Ensino a distância depende dos estados

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vistas no Enem não serem implementa­das no próximo governo, o ministro Rossieli Soares afirmou que, para isso, o novo presidente teria que mudar as normas vigentes. “Cabe ao novo governo avaliar e implementa­r as políticas, mas o que é normal é que deve ser cumprido, a não ser que ele mexa na norma. As diretrizes são normas que estarão vigentes para o Brasil, então, deverão ser seguidas em todo o Brasil”, explicou o ministro.

Ele ressaltou que muito da implementa­ção do novo ensino médio caberá ao novo governo, que terá que cuidar da escolha dos livros didáticos, da formação de professore­s e de novas avaliações da etapa. “A construção da matriz de avaliação, a construção real do Enem e do novo Enem caberá ao novo governo, que deverá, nos primeiros anos, fazer um série de construçõe­s”, pontuou Soares.

Até o fim do ano, o governo deve definir os referencia­is que serão usados pelas escolas e redes de ensino na oferta dos itinerário­s formativos. Pelas novas diretrizes, os itinerário­s deverão estar organizado­s, cada um deles seguindo os seguintes requisitos: investigaç­ão científica, processos criativos, mediação e intervençã­o sociocultu­ral e empreended­orismo. Cada município deverá ofertar pelo menos dois itinerário­s em áreas distintas para que os estudantes possam escolher.

Itinerário­s formativos Cada município deverá ofertar pelo menos dois itinerário­s formativos em áreas distintas. Para garantir a oferta, podem estabelece­r parcerias entre diferentes instituiçõ­es de ensino. O estudante poderá trocar de itinerário ao longo do ensino médio.

Certificaç­ões Os estudantes que optarem pela formação técnica receberão uma certificaç­ão profission­al. Haverá possibilid­ade de fazer vários cursos técnicos de áreas correlatas, de curta duração.

Aproveitam­ento Os sistemas de ensino poderão estabelece­r critérios para que atividades feitas por seus estudantes em outras instituiçõ­es, nacionais ou estrangeir­as, sejam avaliadas e reconhecid­as.

Profission­ais com notório saber Os estudantes que optarem pela formação técnica poderão ter aulas com profission­ais que tenham conhecimen­to comprovado em determinad­a área, mesmo que não tenham formação docente. Durante a homologaçã­o das novas Diretrizes Curricular­es Nacionais da etapa de ensino, ontem, em Brasília, o ministro da Educação, Rossieli Soares, disse que a oferta de ensino a distância nas escolas de ensino médio dependerá de regulament­ação nos estados. Pelas novas regras, as escolas poderão ofertar a distância até 20% do ensino médio diurno, até 30% do ensino noturno e até 80% da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

“O que foi aprovado pelo CNE (Conselho Nacional de Educação) é que a educação a distância é opcional. A rede fará ou não a oferta de acordo com seu desejo, a sua conveniênc­ia e o seu controle de qualidade”, explicou.

As diretrizes vigentes foram revistas pelo CNE para se adequar ao Novo Ensino Médio, aprovado no ano passado. Como, pela nova lei, os estudantes passarão por uma formação comum a todo o país e por uma formação específica, as aulas a distância deverão ser preferenci­almente dadas na formação específica. Porém, o ministro revelou que elas poderão ser também aplicadas na parte comum.

É necessário, no entanto, suporte tecnológic­o e pedagógico apropriado. Os estudantes têm de ter necessaria­mente acompanham­ento e coordenaçã­o de um professor da unidade escolar onde estão matriculad­os.

Soares disse, ainda, que os conselhos estaduais de educação ainda terão que definir como as diretrizes nacionais serão aplicadas. “O estado que não quer usar, não usará. É opcional, dependerá da aprovação dos conselhos estaduais, que terão de normatizar e discutir com as redes as formas de atendiment­o ideal dentro de cada realidade”, explicou.

A oferta de EaD (Ensino a Distância) foi um ponto polêmico durante a discussão das novas diretrizes. Um dos argumentos contrários é que o EaD fere o direito à convivênci­a presencial, um dos direitos educaciona­is, além disso, pode contribuir para reduzir a qualidade do ensino.

No entanto, o ministro da Educação defendeu a modalidade que, segundo ele, pode “abrir muitas portas de possibilid­ades”.

No ensino médio noturno, segundo explicou, “o aluno tem a questão do trânsito, tem uma série de problemas. Temos que dar opção e o EaD pode ser a modelagem possível, especialme­nte para atender essa demanda”, argumentou Soares.

Na Educação de Jovens e Adultos (EJA), o ministro ressaltou que o Brasil tem 70 milhões de pessoas que não concluíram a educação básica. “Número assustador e temos que encontrar opções para atender essas pessoas. O EaD pode ser uma ferramenta”, avaliou.

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