Rubem Novaes: ‘Ideia é privatizar o que for possível’
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), acatou, ontem, as indicações do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, para os comandos do Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal (CEF) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Foram anunciados os nomes dos economistas Rubem Novaes, que ficará à frente do BB, de Pedro Guimarães para o comando da CEF e Carlos Von Dollinger para o Ipea.
Com os nomes anunciados ontem, Paulo Guedes praticamente fecha as indicações para a área econômica do novo governo, faltando, para isso, definir quem ficará à frente da Secretaria das Privatizações.
Nas semanas anteriores foram anunciados os nomes de Joaquim Levy para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Roberto Campos Neto para o Banco Central (BC) e Mansueto Almeida que foi mantido à frente do Tesouro Nacional. Logo após a confirmação de seu nome, Rubem Novaes disse que a ideia é “enxugar e privatizar o que for possível” no Banco do Brasil. Ele negou, contudo, a privatização completa do banco público. Novaes afirmou em entrevista que braços da instituição financeira poderão ser privatizados. O plano seria fazer isso em etapas e por meio do mercado de capitais.
“Aquela fase de privatização em que você direcionava venda para determinados compradores está ultrapassada. A ideia é muito mais usar o mercado de capitais nas operações de privatizações. Não necessariamente serão privatizações totais. IPOs (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) e, numa segunda etapa, partir para privatização”, disse.
Novaes destacou, porém, que não há nenhuma decisão de privatizar o banco completamente. Segundo ele, as orientações de Guedes são no sentido de reduzir o papel do Estado, ganhar eficiência, enxugar e privatizar o que for possível. “Vamos buscar bons resultados e tornar o banco mais competitivo, mas de uma maneira enxuta”.
O Ipea terá um papel mais ativo no governo de Jair Bolsonaro e dará apoio ao Ministério da Economia na formulação de políticas macroeconômicas, segundo o futuro presidente do órgão, Carlos Von Dollinger.
O economista afirmou, ontem, que o foco será elaborar estudos que possam ser usados pelo Ministério da Fazenda para a tomada de decisões. “A ideia é colocar o Ipea com um papel ativo, focado na avaliação de políticas públicas. Esse foi um recado explícito do ministro”.
Já Carlos Von Dollinger criticou o uso do Ipea durante os governos do PT. Segundo ele, as pesquisas desenvolvidas vinham sendo ignoradas.
“(Os economistas do Ipea) faziam coisas espetaculares que não eram utilizadas. (Os estudos) faziam sucesso na mídia e o governo não dava bola”, afirmou ele.