Correio da Bahia

Filhos e cunhada geriam empresas no esquema

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O esquema envolvendo o advogado morto-vivo e o filho, além do empresário Julio César Souza da Cruz, foi denunciado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) e deu origem a uma ação penal em 2013. A denúncia diz que empresa de concursos de João Lopes de Oliveira está envolvida em uma série de fraudes a licitações nos estados da Bahia e Sergipe.

De acordo com a peça do MP-BA, inicialmen­te, as empresas falsificav­am certidões negativas de débitos relativos às contribuiç­ões previdenci­árias. O objetivo era, mesmo sem condições legais, participar das licitações. Depois, elas frustravam o caráter competitiv­o.

Além das empresas CBI e Cibrascon, mais três (Seprod, Asseplac e Ibrascon) participav­am do esquema. Apesar dos sócios diferentes, afirma a denúncia, todas eram ligadas ao advogado João Lopes de Oliveira, que seria o “gerenciado­r de todo o esquema”. O advogado dele, Hítalo Rocha, diz que essa foi uma “suposição”.

Entre os sócios das empresas estão os filhos de João Lopes de Oliveira - João Lopes de Oliveira Júnior, Júlio Tácio Andrade Lopes de Oliveira e João Henrique Mutis Lopes de Oliveira -, e uma cinhada dele, Maria Jussara Souza de Andrade. Duas das empresas têm sede na residência do filho Júlio Tácio e outra funciona no escritório do próprio João Lopes de Oliveira (veja ao lado).

O defensor João Lopes de Oliveira afirma que, à exceção de Simões Filho, que mantém o processo por fraude em andamento, seu cliente foi absolvido em todos os outros. Hítalo Rocha cita as cidades de Nova Soure e Cipó (BA) além de General Mainard, Carmópolis e Areia Branca (SE) como locais com processos arquivados.

No caso de Simões Filho, o processo culminou com a anulação da licitação e dos contratos. Segundo o advogado, nas cidades em que João Lopes foi absolvido, foi constatado que as falsificaç­ões foram realizadas por empresas do outro réu. A CBI seria uma delas. “A empresa do seu João foi incluída no objeto da investigaç­ão em função de uma falsidade documental não da empresa dele, mas de outro réu”, diz.

Desde 2013, não houve audiências no caso de Simões Filho: “Meu cliente é uma pessoa íntegra e sua inocência vai ser novamente comprovada”, completa.

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