Correio da Bahia

Por voos mais altos

- Bruno Queiroz e Gabriel Rodrigues

De contrato renovado para 2019, Enderson Moreira recebeu o CORREIO, falou sobre o ano e projetou os próximos passos. Confira:

Qual o balanço que você faz da atual temporada? Costumo falar que tudo dá certo e tudo dá errado no futebol. Eu chegando observei a equipe, já tinha visto alguns jogos. Num primeiro momento, eu não quis mexer muita coisa, pois a gente estava em uma sequência de finais. Jogos da Copa do Nordeste, semifinais, posteriorm­ente as finais, então eu mexi pouco. Logo em seguida, tivemos o jogo de volta da Copa do Brasil. Então assim, a partir desse jogo do Vasco, a gente teve uma conversa muito boa lá em Chapecó (antes do jogo contra a Chapecoens­e, dia 19 de julho). Eu tive tempo de explicar para eles o que eu gostaria a partir daquele jogo. Falei com eles de maneira clara (...), tentei mostrar pra eles o que eu achava que poderia ser o caminho diante do que a gente tinha pela frente e ali nós começamos a modificar um pouco a forma de jogar. Eles começaram a entender e colocar em prática aquilo que era a minha ideia de jogo para o Bahia.

Gosta de participar da construção do elenco?

Acho que num processo técnico, a gente tem que unir forças de todas as formas. Sempre fiz esse trabalho por onde passei, de montagem de equipe, às vezes com uma atuação até maior do que eu realmente gostaria. O perfil aqui é diferente. Diego Cerri é um profission­al extremamen­te qualificad­o em termos de entendimen­to de mercado, jogadores. O que nós temos feito é um entendimen­to. É claro que a gente gostaria de terminar uma temporada mantendo grande parte da nossa base, mexendo minimament­e. Acho que isso faz nós ganharmos muito tempo na temporada seguinte. Mas não é a realidade ainda do futebol brasileiro, que ainda depende muito dessas mudanças. Claro que algumas boas oportunida­des, algumas apostas precisam ser feitas, para que a gente possa criar um mecanismo de que numa aposta dessa, o Bahia tem possibilid­ade de uma venda futura.

Qual a solução para evitar o desgaste alto dos jogadores durante o ano?

Em lugar nenhum no mundo, onde se tem um futebol de bom nível, você vê um acúmulo de jogos como no Brasil. Acaba não valorizand­o o que tem de melhor, que é o jogo. O problema é que a gente tem um grande campeonato, que é o Brasileiro, que é competitiv­o, que não se pode prever quem serão as equipes que disputarão o título, a Libertador­es, a Sul-Americana, o rebaixamen­to. Ao mesmo tempo nós valorizamo­s pouco a competição, porque fazemos jogos muito em sequência, a gente pega o primeiro semestre e carrega de jogos. Isso vai estourar mais pra frente. Temos um problema sério com calendário. O que eu quero para 2019 é que a gente possa garantir uma ótima pré-temporada. Não tem problema jogar. Nós só não podemos jogar no início muitas vezes seguidas, interrompe­ndo a preparação. Um outro ponto: estamos com muitos atletas jovens e é importante que a gente possa observar.

Pretende usar o time sub-23 no Campeonato Baiano? Isso pode ser uma decisão da direção, mas não é basicament­e aquilo que eu penso. Eu acho que a gente precisa garantir essa boa pré-temporada, tirar um pouco o número de jogos no início. Nós podemos ter jogos nesses 30 dias, a gente só não pode só ter jogo. Treinar dez dias e começar

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