Correio da Bahia

Medidas indigestas

- Luan Santos

Com dificuldad­es para fechar as contas, o governador Rui Costa (PT) apresentou um pacote de medidas que inclui corte de 1.372 cargos comissiona­dos, extinção de órgãos estaduais e, a mais polêmica delas, o aumento da alíquota da contribuiç­ão previdenci­ária para servidores de 12% para 14%. As ações integram a reforma administra­tiva apresentad­a ontem pelo petista, que espera economizar R$ 390 milhões por ano.

O pacote chegou à Assembleia Legislativ­a na semana passada e encontra resistênci­a de sindicatos de servidores e de deputados, tanto da oposição quanto da própria base governista. Quatro entidades sindicais, inclusive, se uniram para tentar barrar a elevação da alíquota previdenci­ária e realizam, hoje, um protesto no CAB para que a proposta saia da pauta de votações da casa.

Centro Industrial Subaé (CIS), Superinten­dência de Desenvolvi­mento Industrial e Comercial (Sudic) e Companhia de Desenvolvi­mento Urbano (Conder) devem ser extintos, segundo a proposta. A Bahia Pesca, por sua vez, deverá ser privatizad­a ou ser gerida por meio de Parceria Público-Privada (PPP). Outros nove órgãos serão reestrutur­ados.

Entre os quais, a Companhia de Desenvolvi­mento e Ação Regional (CAR), Agência de Defesa Agropecuár­ia da Bahia (Adab), Superinten­dência Baiana de Assistênci­a Técnica e Extensão Rural (Bahiater), Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e Empresa Gráfica da Bahia (Egba).

Também integram a lista o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade (Ibametro), Junta Comercial do Estado (Juceb) e Superinten­dência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon). A reestrutur­ação desses órgãos prevê extinção de diretorias e funções como a de presidente. Segundo Rui, a economia não será necessaria­mente com corte de pessoal, mas com a redução do custeio. O petista também enviou à Assembleia uma Proposta de Emenda à Constituiç­ão (PEC) para determinar os ganhos do governador como teto salarial no funcionali­smo do estado - hoje, a remuneraçã­o de Rui está em R$ 22,4 mil. Segundo o petista, não haverá redução de salários.

O objetivo da proposta, argumentou Rui, é evitar aumentos no rastro do reajuste do salário dos ministros do Supremo, recentemen­te sancionado pelo presidente Michel Temer (MDB). Caso a PEC seja aprovada, o estado deve ter economia de R$ 40 milhões ao ano e atingir cerca de 2,5 mil servidores.

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Em coletiva, governador detalha ‘pacote amargo’ de medidas para conter a crise financeira do estado

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