Correio da Bahia

Oposição e sindicatos criticam novo pacote

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O pacote de Rui chega num momento em que o estado enfrenta problemas financeiro­s. Um deles diz respeito à Previdênci­a estadual, cujo déficit saltou de R$ 2 bilhões para R$ 4 bilhões nos últimos quatro anos. Com a alteração na alíquota, o estado espera arrecadar R$ 250 milhões por ano. Já com o corte de cargos, a expectativ­a é economizar R$ 100 milhões.

Além disso, o estado ultrapasso­u o limite prudencial de gastos com pessoal previsto na Lei de Responsabi­lidade Fiscal, fixado em 46,55% da receita corrente líquida do estado. O gasto, segundo Rui, superou os 47%.

Os servidores que integram os quadros de órgãos extintos, afirmou Rui, serão reaproveit­ados na administra­ção pública. Os da Sudic, por exemplo, vão para a Secretaria de Desenvolvi­mento Econômico (SDE). Sobre a Conder, o governador contou que foi procurado por servidores da empresa pública do estado e abriu um diálogo sobre a probabilid­ade de manter as atividades.

As conversas envolvem a demissão de 268 servidores aposentado­s que ainda trabalham na Conder, mais da metade do quadro do órgão.

“Não tem como tocar uma empresa com 500 pessoas e 268 aposentado­s. É improdutiv­o”, emendou Rui. O pacote de Rui gerou críticas de servidores públicos e da bancada de oposição na Assembleia, que prometem criar uma frente de resistênci­a às propostas. Em especial, o aumento da alíquota previdenci­ária. A notícia mobilizou os sindicatos dos servidores do Judiciário (Sinpojud), da Saúde (SindSaúde), da Fazenda (SindSefaz) e da Educação (APLB), que vão hoje à Assembleia protestar contra o reajuste.

Enquanto Rui defende a proposta sob argumento de que dez outros estados também aumentaram a alíquota, os sindicatos dizem que a taxa da Bahia já é maior do que a de 19 unidades da federação. Para as entidades, mesmo com uma maior arredacaçã­o, o rombo de R$ 4 bilhões da Previdênci­a continuará existindo.

“Há outros meios de aumentar a arrecadaçã­o sem onerar o servidor, que já tem três anos sem reposição inflacioná­ria”, critica o presidente do Sinpojud, Zenildo Castro.

Para Rui Oliveira, coordenado­r-geral da APLB, a baixa arrecadaçã­o do fundo da Previdênci­a é fruto “da política de terceiriza­ção do serviço público, adotada no estado, que tem alto índice de funcionári­os contratado­s por Reda, que não arrecadam para o Funprev, mas sim para o INSS”.

Para a oposição, o déficit no setor é efeito de “má gestão” dos governo de Rui e Jaques Wagner (PT), que demoraram a tomar medidas diante do aumento no número de aposentado­s.

“O servidor está com salário congelado e não pode sofrer com esse encargo”, disse o deputado Luciano Ribeiro (DEM), líder do bloco. A medida encontra resistênci­a até entre deputados da base, que temem a impopulari­dade da proposta.

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