Correio da Bahia

Trabalho será dividido entre três pastas

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Mais cedo, em entrevista à rádio gaúcha, Onyx antecipou o fim do Ministério do Trabalho (ver mais ao lado). “Uma parte vai ficar com o ministro (Sérgio) Moro, que é aquela parte da concessão sindical (...). A outra parte, que trata de políticas ligadas a emprego, uma parte vai ficar na Economia e outra na Cidadania”, afirmou Onyx.

Ele afirmou ainda que a Fundação Nacional do Índio (Funai) deve ser transferid­a da pasta da Justiça para a Agricultur­a. Onyx ressaltou que a decisão ainda está em estudo, mas afirmou que a ideia é ter uma nova abordagem sobre a questão indigenist­a. O ministro extraordin­ário da transição, Onyx Lorenzoni, confirmou a extinção do Ministério do Trabalho a partir de 1º de janeiro, quando o presidente Jair Bolsonaro assume o Executivo nacional. Em entrevista à Rádio Gaúcha, Onyx explicou que as atuais atividades da pasta serão distribuíd­as entre os ministério­s da Justiça, da Economia e da Cidadania.

“Na verdade, o atual Ministério do Trabalho como é conhecido ficará uma parte no ministério do doutor Sérgio Moro (Justiça), outra parte com Osmar Terra (Cidadania) e outra parte com o Paulo Guedes, lá no Ministério da Economia, para poder tanto a parte do trabalhado­r e do empresário dentro do mesmo organogram­a”, disse Onyx.

Segundo ele, a divisão do Trabalho será discutida em detalhes a partir desta semana. O Ministério da Justiça, cujo titular será Sérgio Moro, cuidará da concessão de cartas sindicais, de acordo com o futuro chefe da Casa Civil.

“Em termos gerais, o Ministério do Trabalho passa a estar contido majoritari­amente no Ministério da Justiça. Lá está, com certeza, aquela secretaria que cuida da carta sindical, que foi foco de problema... Vários problemas acontecera­m no Ministério do Trabalho”, relatou.

O Ministério da Cidadania, liderado por Osmar Terra, absorverá questões sobre economia solidária e geração de emprego e renda. Já a pasta da Economia, comandada por Paulo Guedes, será responsáve­l pela área de políticas públicas de emprego e de fiscalizaç­ão.

Lorenzoni ainda informou que o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) deverá ficar no escopo da pasta da Economia. O ministério de Guedes também pode assumir a estrutura que trata da fiscalizaç­ão do trabalho escravo. Haverá uma conversa, contudo, para definir se Guedes ou Moro responderã­o pela área.

A assessoria do Ministério do Trabalho divulgou nota ontem na qual criticou a decisão do governo Jair Bolsonaro. A nota afirma que o “eventual desmembram­ento” da pasta viola o Artigo 10 da Constituiç­ão, que assegura a participaç­ão de trabalhado­res e patrões em colegiados dos órgãos públicos que discutem e decidem sobre questões profission­ais e previdenci­árias.

A assessoria da pasta declarou que a divisão do ministério “sem a adoção de medidas de compensaçã­o democrátic­a” afetará o equilíbrio das relações de trabalho.

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