Correio da Bahia

‘Quero as provas’, afirma viúva de lutador

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em delegacias e também não tinha nada. Até a SSP estava sem entender, porque não existia a entrada dele. E agora apareceu, porque está repercutin­do, né?”, disse.

O CORREIO procurou a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), já que o Ernesto Simões é uma unidade estadual, mas a pasta informou que não fornece o estado de saúde nem informaçõe­s de pacientes internados na rede de assistênci­a estadual, “cumprindo determinaç­ão do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Ministério Público”.

Iraílson começou a lutar jiu-jítsu aos 13 anos. Aos 21, participou do primeiro campeonato vale-tudo. Hoje, boa parte da família – incluindo a esposa, com quem estava há 15 anos, e o filho de 12 anos – também se dedica ao esporte.

Entre as principais conquistas, estão o tricampeon­ato baiano estadual na modalidade, o 3º lugar na Copa do Mundo de jiu-jítsu, em 2010, e o 1º lugar da 2ª Etapa do Campeonato Mundial, em 2015, em Buenos Aires. Neste ano, Iraílson também foi vice-campeão do Floripa Fall Internatio­nal Open Jiu-Jítsu, em Florianópo­lis.

“Sinho era um campeão. Dedicado ao esporte, cheio de sonhos. Estava com planos para ir para a Europa lutar com o filho, com a família (seria em janeiro, em Portugal). O jiu-jítsu uniu todo mundo. Infelizmen­te, o sonho foi interrompi­do”, lamentou Marcelo.

Como professor, a vítima tinha um projeto para ensinar o esporte na Base Comunitári­a de São Caetano, bairro onde morava com a família. Ele ministrava aulas gratuitas de jiu-jítsu para crianças e adultos. “Era um professor muito importante na cidade pela sua trajetória no esporte. Fazia um trabalho social importante no bairro de São Caetano com crianças carentes. É uma perda para o esporte na Bahia”, afirmou o diretor da Federação Baiana de Jiu-jítsu e MMA, Ricardo Caldeira. “Meu marido está espancado, o crânio dele está esmagado. E não vi marcas de tiro”. Com essas palavras, a esposa do mestre de jiu-jítsu Iraílson Gama Costa, Marta Helena Villas Boas, reagiu à declaração da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-BA) de que seu marido tinha roubado um carro e trocado tiros com a polícia.

Durante o velório da vítima, Marta, que também é mestre de jiu-jítsu, cobrou respostas da SSP. “Eu quero as provas. Cadê as armas? A guarnição? Onde foi isso?”, questionou, em entrevista ao CORREIO, no Cemitério do Campo Santo.

Marta contou ainda que o marido saiu de casa na quarta-feira pela manhã para treinar e, depois disso, desaparece­u. A família nega envolvimen­to de Iraílson com o crime. “Essa (troca de tiros com a polícia) é a desculpa

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Marta Helena e o atleta Felipe Cavalcante, 17, se abraçam no velório

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