Bolsonaro passa o dia reunido com ministros
afirmou que tem uma boa relação com os movimentos LGBT. “A pauta LGBT é uma pauta muito delicada, mas a minha relação com os movimentos LGBT é muito boa. Eu tenho entendido que dá pra gente ter um governo de paz entre o movimento conservador, o movimento LGBT e os demais movimentos”, declarou.
A chefe da pasta afirmou que vai fazer o enfrentamento à violência contra a comunidade LGBT. “Se precisar estarei nas ruas com as travestis, se precisar estarei na porta da escola com as crianças que são discriminadas por sua orientação sexual”. Segundo ela, no Brasil foi criada uma “falsa guerra entre cristãos e LGBT”. “Essa guerra não existe e vamos mostrar que essa guerra não existe”, declarou a futura ministra dos Direitos Humanos.
Sobre o casamento homoafetivo, a futura ministra disse: “É uma questão que já está praticamente definida no Brasil. É uma conquista deles. Direitos conquistados não se discute mais. Então, pra mim, é uma questão vencida, tanto é que o movimento gay nem tem mais isso como pauta, é uma questão superada, um direito civil garantido”.
Damares garantiu ainda que “nenhum homem vai ganhar mais que mulher desenvolvendo a mesma função”. Durante a campanha presidencial, uma das declarações mais polêmicas do então presidenciável Jair Bolsonaro falava sobre o assunto. Para ele, desigualdade salarial entre homens e mulheres já está resolvida nas leis trabalhistas da CLT. Em um programa em 2016, na RedeTV!, Bolsonaro disse que não empregaria uma mulher pelo mesmo salário de um homem. O presidente eleito, Jair Bolsonaro, passou o dia de ontem reunido com a equipe de transição para aprovar o desenho consolidado da estrutura dos ministérios. Esta semana, o futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, informou que estão previstas 22 pastas - o comando do Ministério do Meio Ambiente ainda não foi definido.
Bolsonaro chegou por volta das 8h40 ao Centro Cultural Banco do Brasil, sede da transição, para “agenda interna”, segundo informou sua assessoria. Os trabalhos do governo de transição vêm ocorrendo no primeiro andar do Conjunto Cultural do Banco do Brasil (CCBB) desde 5 de novembro. À medida que novos nomes são anunciados para o primeiro escalão, técnicos e autoridades do atual governo começam a se debruçar com os futuros ministros na estrutura esperada para o próximo mandato Executivo.
O astronauta Marcos Pontes, indicado para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, disse que pretende recuperar o prestígio da ciência e tecnologia neste momento de transição e ao longo do ano que vem para aumentar os recursos do setor durante o governo de
Jair Bolsonaro.
A missão do ministério, segundo Pontes, é produzir conhecimento e riquezas para o país, para o desenvolvimento de novas empresas e startups e a melhoria de produtos e serviços para a população. “(Ciência e tecnologia) é estratégico para o desenvolvimento do país, assim como educação, e nós precisamos ter esse prestígio para dar esse retorno para a sociedade”, disse Pontes.
A missão do ministério, segundo Pontes, é produzir conhecimento e riquezas para o país, para o desenvolvimento de novas empresas e startups. O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse a aliados ontem que está inclinado a nomear o advogado e administrador Ricardo de Aquino Salles para o Ministério do Meio Ambiente, única das 22 pastas do futuro governo que ainda não tem titular anunciado. Salles foi secretário estadual do Meio Ambiente de São Paulo de 2016 a 2017 e secretário particular do ex-governador Geraldo Alckmin, do PSDB. Atualmente, ele preside o movimento Endireita Brasil. O anúncio oficial pode ser feito ainda hoje ou nos próximos dias.
Salles é o nome preferido dos ruralistas. O nome dele foi indicado por várias entidades ligadas ao setor produtivo, como o agronegócio, construção civil, comércio e indústria. A Sociedade Rural Brasileira e a União da Agroindústria Canavieira (Unica) divulgaram nota de apoio ao advogado. Na segunda-feira, Salles também recebeu apoio de setores da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Inicialmente, Bolsonaro tinha pensado no nome de Alexandre Silva Saraiva, delegado da Polícia Federal, para comandar o ministério. O agrônomo Xico Graziano, chefe de gabinete de Fernando Henrique Cardoso, também chegou a ser cotado e recebeu apoio dos ambientalistas. Salles, porém, ganhou força após um encontro pessoal com Bolsonaro.
Na quarta-feira, deputados do PSDB se reuniram com o presidente eleito. Após o encontro, o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Nilson Leitão (MT), afirmou que o partido apoiará o governo de Jair Bolsonaro nos projetos que também sejam “da agenda tucana”, sinalizando apoio a reformas como a da Previdência. De acordo com o deputado, o PSDB não deseja cargos no governo.
O presidente eleito pretende fazer várias mudanças no Ministério do Meio Ambiente. A mais polêmica delas, ainda em estudo, é a unificação do Ibama e do ICMBio.
Na avaliação do novo governo, a pasta precisa passar por enxugamento de despesas e cargos. A equipe de transição acredita haver sobreposição de tarefas entre Ibama e ICMBio.
A pasta já foi alvo de muita indefinição no governo de transição. O plano inicial de Bolsonaro era acabar com a pasta, fazendo uma fusão com o Ministério da Agricultura. Mas ele recuou da medida após pressão de ruralistas por temer que a unificação prejudicasse o comércio exterior.