Governo não diz quem pagará conta do Planserv
Enquanto a reforma administrativa do governo do estado era aprovada ontem, do lado de fora da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), uma pergunta corria entre os servidores: quem vai pagar a conta do Planserv? O plano de saúde atende a 500 mil trabalhadores e terá redução de R$ 200 milhões nos repasses do Executivo, conforme o projeto enviado pelo governador Rui Costa (PT) e aprovado ontem.
O CORREIO procurou a Secretaria da Administração do Estado (Saeb), mas a instituição afirmou apenas que os serviços do Planserv não serão afetados e que não haverá aumento nas mensalidades pagas pelos servidores. A pasta, no entanto, não informou como vai equilibrar as contas. Atualmente, o valor da contribuição alterna de acordo com o salário de cada trabalhador.
Ganhando um salário mínimo como base, o servidor público Bidear Conceição, 45 anos, chega a se perder na quantidade de tributos que paga mensalmente. Contando com algumas bonificações, o salário do auxiliar-administrativo chega a pouco mais de R$ 2 mil.
Ele é responsável pelo pagamento do plano de saúde da esposa, sua dependente no Planserv. Juntando tudo, cerca de R$ 500 em tributos são pagos. Ele confessa que ainda não colocou na ponta do lápis o quanto deve perder com a reforma, mas já sabe que as coisas vão ficar mais complicadas. “Já estamos sem reajustes há quatro anos. Imagina a dificuldade de viver assim”, lamenta.
Questionada, a Saeb também não informou o balanço orçamentário do plano, se há um déficit ou superávit. No Portal da Transparência consta que a receita em 2017 foi de R$ 1,629 milhão. Este ano, até outubro, foi de R$ 1,275 milhão.
Usuários questionaram a informação divulgada anteontem pela pasta de que pacientes com doenças crônicas não pagam coparticipação. Procurada ontem, a Saeb manteve a posição de que esse acréscimo não é cobrado, mas não informou o que os usuários podem fazer caso sejam lesados.
Desde 2001, o Planserv está sob gestão direta do governo do estado.