Correio da Bahia

Chuvas: Rio continua em estágio de crise

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se entregando no momento em que foram abatidas pelos policiais.

“As famílias ainda estão sendo ouvidas. Nós estamos apurando quem de fato era inocente. Mas o que prevalece nesta ação, é ausência de políticas públicas. É uma operação totalmente sem propósito e desastrada”, diz.

Para Álvaro Quintão, segurança pública se faz com inteligênc­ia. “A polícia chegou agindo como se apontar, atirar e matar fosse a solução, como se o tiro fosse a única solução”, afirma. A comissão ouvirá ainda outros depoimento­s e encaminhar­á as denúncias para os órgãos competente­s.

DEFENSORIA PÚBLICA

Em nota, a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro disse acompanhar “desde o início da manhã de hoje (ontem) as operações policiais que resultaram na morte de 13 pessoas”.

“A instituiçã­o está em contato com moradores para articular visita à comunidade do Fallet nos próximos dias, com o objetivo de ouvir relatos. Informamos que nossa Ouvidoria Externa e o nosso Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos estão à disposição daqueles que tiverem algum dos seus direitos violados”, afirma nota da Defensoria. Depois da forte chuva que caiu na noite da última quarta-feira no Rio de Janeiro, a cidade permanece em estágio de crise, o terceiro na escala de três. Decretado às 22h15 de quarta-feira, a situação permanece devido a interdiçõe­s e bolsões de água.

Segundo o Centro de Operações da prefeitura (COR), a Avenida Niemeyer, em São Conrado, uma das ligações da Zona Sul da cidade com a Zona Oeste, permanece interditad­a nos dois sentidos. A via foi atingida por um deslizamen­to que soterrou um ônibus, matando duas pessoas. Ao todo, seis pessoas morreram em decorrênci­a das chuvas.

Segundo informaçõe­s da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), foram registrada­s 186 quedas de árvores na cidade. A Subsecreta­ria de Proteção e Defesa Civil recebeu 513 chamados para vistoria em decorrênci­a das chuvas, entre as 19h de quarta e as 20h20 de ontem.

ENTERRO

Os corpos de Isabel da Paz, 56 anos, e de Mauro da Paz, 33 anos, foram enterrados na manhã de ontem no Cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, na Zona Oeste. Mãe e filho foram soterrados dentro de casa após um deslizamen­to de terra, em Barra de Guaratiba, durante o temporal que atingiu a Grande Rio quarta-feira. Isabel e Mauro foram velados em duas capelas, uma ao lado da outra.

Para os parentes e amigos, foi uma despedida dolorosa demais. “Vão deixar saudades, minha tia era muito festeira, comemorou aniversári­o do meu tio no dia 5. Ela adorava receber a gente lá”, contou a sobrinha. O marido e o outro filho da Isabel também estavam na casa na hora em que tudo aconteceu. Eles ficaram feridos e continuam internados. Não puderam estar presentes na despedida.

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