Correio da Bahia

Grupo tenta explodir terminais da Caixa na Paralela

- NILSON MARINHO, COM SUPERVISÃO DA EDITORA MARIANA RIOS

não quis receber atendiment­o. Do lado de fora da unidade de saúde, ele aguardava a esposa receber alta.

“Ela está consciente, graças a Deus, foi só o susto. Uma correria muito grande, mas mantive o controle”, contou ao CORREIO. Ele preferiu não receber atendiment­o médico, mas foi quem levou a mulher até o hospital. Todos seguem internados. O estado de saúde não foi divulgado.

FUGA

Em nota, a Polícia Civil informou que um bandido também se feriu na ação, mas conseguiu fugir com os comparsas. Eles roubaram a arma de um dos vigilantes. Não havia registro de entrada do assaltante baleado em unidades de saúde da cidade, até o fechamento desta edição. Também não há informaçõe­s sobre a quantidade de envolvidos na tentativa de roubo.

Por meio da assessoria, a Polícia Civil afirmou que não houve reféns. Ninguém foi preso. Equipes dos Departamen­tos de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) e de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP) realizaram buscas na região.

LÍDER EM ATAQUES

No ano passado, a Bahia foi a campeã de ataques a carros-fortes, segundo pesquisa da Confederaç­ão Nacional dos Trabalhado­res de Segurança Privada (Contrasp). Das 116 investidas contra empresas de transporte­s de valores durante o ano, no Brasil, 18 ocorreram na Bahia.

O número é 80% superior ao registrado em 2017, quando dez carros-fortes foram atacados na Bahia, de um total de 109 em todo o país.

“Eesses casos ocorridos em cidades como Salvador, por exemplo, podemos chamar de ação oportunist­a de criminosos”, disse o presidente da Associação Brasileira de Transporte de Valores (ABTV), Ruben Schechter.

Segundo Ruben, os bandidos investem em armamento de grosso calibre e observam horários de abastecime­ntos de mercados e casas lotéricas. A fachada do Empresaria­l 21 de Julho, onde funciona a sede administra­tiva da Caixa Econômica Federal em Salvador, na Avenida Paralela, ficou cravejada de tiros, após uma tentativa de explosão a caixas eletrônico­s na madrugada de ontem. Foram 27 marcas deixadas pelos bandidos durante a fuga.

Os criminosos usaram um carro para arrombar o portão do prédio, durante a madrugada. Eles tentaram usar explosivos nos caixas, sem sucesso. Na saída, sem conseguir levar o dinheiro, eles teriam revidado à ação dos vigilantes do prédio e fizeram uma série de disparos em direção à fachada do prédio. Ninguém ficou ferido.

Uma mulher, que preferiu não se identifica­r, e que mora em um condomínio a 200 metros do local, disse ao CORREIO que, por volta das 3h de ontem, acordou após escutar os barulhos da troca de tiros. Ela disse ter escutado cerca de 30 disparos: “Acordei assustada e a impressão que eu tinha é que um atirava e outro revidava. Foram muitos disparos”.

Uma outra moradora afirmou ter escutado duas rajadas de tiros. A primeira, nas imediações do empresaria­l e, a segunda, já próximo do Imbuí. “Eu nunca vi algo parecido em Salvador. Escutei os primeiros tiros por volta das 3h e, logo depois, barulho de carros, imagino que uma perseguiçã­o”, disse.

O Grupo Antibomba da Polícia Federal, que investiga o caso, foi chamado e ficou durante a manhã no local. A área foi isolada por peritos. Funcionári­os continuava­m circulando, mas não falaram com a reportagem.

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