Argentina tem manifestações contra Macri
CRISE Dezenas de milhares de manifestantes bloquearam ruas importantes de Buenos Aires, ontem, para protestar contra o desemprego alto e as políticas do presidente argentino, Mauricio Macri, incluindo cortes nos subsídios das prestadoras de serviços públicos.
O argentino comum, que já luta com a inflação alta e a recessão, vem sendo afetado pelos aumentos de água, luz e aquecimento agora que Macri está cortando gastos do governo. Os cortes se alinham a um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para eliminar o déficit fiscal da Argentina até o final deste ano.
Um manifestante, que se identificou como Alberto, compareceu à marcha no centro da capital com sua filha de 1 ano. Ele disse que estava lá porque não consegue arrumar emprego e sua família recebe pouca ajuda do Estado. “Se não há trabalho, não terei nada para deixar para meus filhos”, afirmou ele.
Macri deve concorrer a um segundo mandato na eleição geral de outubro, na qual pode enfrentar sua antecessora, Cristina Kirchner, favorita da oposição de esquerda do país. Alguns manifestantes portavam cartazes com fotos do líder revolucionário marxista Che Guevara, e outros louvavam o ex-presidente Juan Perón e sua esposa, Evita.
A manifestação de ontem foi convocada por seis movimentos sociais e sindicatos – todos alinhados ao peronismo e a outros partidos de oposição ao governo de Macri. Entre eles estavam a Confederação dos Trabalhadores da Economia Popular e a Frente Popular Darío Santillán.
Houve três concentrações dos movimentos sociais no centro da capital argentina, que terminou na frente do prédio do Ministério de Desenvolvimento Social. A ministra Carolina Standley criticou os movimentos sociais por organizarem os protestos de forma a atrapalhar a mobilidade.“Não me parece necessário usar meios extorsivos como o bloqueio de ruas porque geram muitos incômodos aos argentinos que querem trabalhar”, declarou.