Correio da Bahia

Bairro é centro geográfico e cultural de Salvador

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O antigo Espanha foi inaugurado em 1918 por três irmãos espanhóis. Coube a

Seu Zé, até 2012, administra­r a preferênci­a de moradores e clientes, de intelectua­is a nem tão intelectua­is. O negócio dos espanhóis faz parte da consolidaç­ão dos Barris como um local de boemia, sempre ligado à vida cultural. Ali, já moraram, por exemplo, Moraes Moreira e Glauber Rocha.

O bairro essencialm­ente residencia­l é uma zona de confluênci­a. A razão do nome é relacionad­a a um hábito passado: retirar barris de água de uma roça próxima.

Os mais apaixonado­s dizem viver no coração da cidade - por questões geográfica­s, mas também culturais. A Biblioteca Pública é citada como marco do florescime­nto do bairro.

A pesquisado­ra Carlota Gottschall explica: “É um momento cultural importantí­ssimo. Com a sala de cinema Walter da Silveira (na biblioteca), as pessoas começam a sair dos filmes para os bares próximos, como o Espanha, depois o Quixabeira”.

A construção do Terminal da Lapa também merece vívida lembrança. Com a facilidade de chegar à região, os cinéfilos deixam de ser o público principal.

A procura pelo bairro tem seu auge até 2004, quando o Bar Quixabeira, no Casarão Rosa, é fechado. A volta da boemia começa timidament­e a partir de 2006. Naquele ano, um grupo de moradores cria o Movimento Etílico dos Barris (MEB), com a meta de valorizar o bairro por meio de eventos e da ocupação.

Em 2017, o movimento se intensific­a. Voltam o Quixabeira e também o Espanha.

São conflitos de geração, também. É natural que algumas pessoas se sintam invadidas Carlota Gottschall

Autora do livro Centro da Cultura de Salvador

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Barulho incomoda moradores; ara outros, movimento sempre houve

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