Denúncia respinga sobre nomes da cúpula da sigla
No centro da denúncia, estão o presidente atual do PSL, o deputado federal Luciano Bivar (PE), o ministro Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência), que presidiu o partido em 2018, inclusive durante o período eleitoral. Reportagem da Folha de S.Paulo do último domingo revelou que o grupo de Bivar supostamente criou uma candidata laranja em Pernambuco.
Segundo o jornal, ela recebeu do partido R$ 400 mil de dinheiro público na eleição, verba liberada por Bebianno. Maria de Lourdes Paixão, 68, que oficialmente concorreu a deputada federal e teve apenas 274 votos, foi a terceira maior beneficiada com verba do PSL em todo o país. Superou o próprio presidente Bolsonaro e a deputada Joice Hasselmann (SP), eleita com 1,079 milhão de votos.
A candidatura laranja virou alvo da Polícia Federal, da Procuradoria e da Polícia Civil. Ontem, a Folha de S.Paulo revelou ainda que Bebianno liberou R$ 250 mil do fundo partidário para a campanha de uma ex-assessora, que repassou parte do dinheiro para uma gráfica registrada em endereço de fachada.
Em meio a suspeitas do uso de candidaturas laranjas, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, anunciou que os ministérios passarão a ter um sistema de autocontrole para combate à corrupção, com objetivo de “dar o exemplo” para a sociedade. A experiência, disse Onyx, começará a ser testada nas pastas da Agricultura e da Saúde. Se der certo, será estendida para os demais ministérios.
Onyx disse ainda que a ideia vinha sendo trabalhada “há várias semanas junto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e Advocacia-Geral da União (AGU)”. Durante coletiva de imprensa, na qual foi questionado sobre a permanência do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx afirmou que era preciso ter “paciência e ir com calma”.
“Bebianno é um homem dedicado ao projeto, é sério”, defendeu o chefe da Casa Civil. Ao final, Onyx relembrou a medida anunciada de autocontrole e disse que era uma boa notícia.