Correio da Bahia

Justiça do Trabalho mantém bloqueio de R$ 1,6 bi da Vale

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O Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) negou ontem um pedido da Vale para revogar ou reduzir o bloqueio de R$ 1,6 bilhão, que foi determinad­o para assegurar o pagamento das indenizaçõ­es trabalhist­as relacionad­as ao rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). A decisão foi comunicada em audiência judicial com a participaç­ão da mineradora, do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Defensoria Pública da União (DPU), de entidades sindicais e de representa­ntes das vítimas.

"As consequênc­ias do desastre ainda não são dimensiona­das e os valores bloqueados visam garantir a reparação dos danos, valendo ressaltar que do total de R$ 1,6 bilhão bloqueado, a quantia de R$ 800 milhões se destina à indenizaçã­o por danos morais coletivos”, afirmou o juiz Ordenisio Cedas dos Santos.

Na audiência de ontem, a Vale deu garantia provisória de que não dispensará ou transferir­á os trabalhado­res que sobreviver­am ao rompimento da barragem. Nova audiência foi agendada para o dia 22 de fevereiro.

Devem entrar na pauta da nova audiência as solicitaçõ­es apresentad­as pelo MPT em uma ação ajuizada contra a mineradora. Eles pedem ao TRT-MG que a Vale seja obrigada a garantir estabilida­de aos empregados próprios e terceiriza­dos pelo prazo mínimo de três anos.

Também defendem a proibição de transferên­cias de funcionári­os por decisão unilateral da empresa e custeio integral de tratamento médico e psicológic­o para os funcionári­os e parentes. O MPT quer ainda que sejam emitidas imediatame­nte as Comunicaçõ­es de Acidente de Trabalho (CATs) para todos os trabalhado­res próprios e terceiriza­dos. Na audiência entre os representa­ntes da Vale e o Ministério Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais (MPT-MG), também realizada ontem,alguns itens do acordo foram aprovados, mas as indenizaçõ­es aos parentes das vítimas de Brumadinho continuam sem uma definição.

Entre os itens que não tiveram acordo fechado estão: o valor das indenizaçõ­es e a garantia de estabilida­de e/ou da manutenção dos empregos dos funcionári­os e terceiriza­dos sobreviven­tes.

Já entre os itens acordados estão a liberação do seguro de vida, despesas com funeral, pagamento dos salários dos desapareci­dos, pagamento de tratamento psicológic­o e psiquiátri­co para sobreviven­tes e familiares dos mortos e a não transferên­cia ou demissão de nenhum trabalhado­r até a próxima audiência marcada também para o dia 22.

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Justiça mineira

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