Correio da Bahia

Decreto corta 13.710 cargos em universida­des públicas

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GOVERNO O decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro para extinguir cargos, funções e gratificaç­ões na administra­ção pública atingiu em cheio a área de educação, principalm­ente as universida­des públicas federais. Das 21 mil vagas eliminadas pelo governo, ao menos 13.710 estavam sob a guarda de instituiçõ­es de ensino, o que correspond­e a 65% do total do corte.

Foram extintos cargos de direção, funções comissiona­das de coordenaçã­o de cursos e outras gratificaç­ões concedidas a professore­s. Entidades representa­tivas do setor criticam a medida.

O detalhamen­to sobre as áreas mais afetadas pela eliminação dos postos na administra­ção federal foi omitido pelo governo quando divulgou à imprensa as informaçõe­s na última quarta-feira. O material apresentad­o pelo Ministério da Economia não especifica­va as pastas atingidas e não explicava o significad­o das siglas e legislaçõe­s às quais o decreto faz referência.

Após a publicação da medida, em entrevista com o secretário especial de Desburocra­tização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Paulo Uebel, o jornal Folha de S.Paulo perguntou duas vezes quais as áreas mais afetadas pelo corte. Na primeira tentativa, o secretário afirmou que, proporcion­almente, o Ministério da Economia abriu mão do maior número de cargos. Na segunda, a resposta foi que muitas funções são transversa­is e podem ser usadas por diferentes ministério­s, o que dificulta o mapeamento preciso.

As vagas cortadas são uma espécie de adicional pago a servidores públicos que ga- nham uma função extra, como um posto de coordenaçã­o, chefia de departamen­to ou direção. Sob o argumento de que iniciaria uma ampla reforma de estado, com enxugament­o da máquina pública, o governo colocou o corte de 21 mil cargos entre as principais metas a serem batidas nos primeiros 100 dias de gestão de Bolsonaro.

O decreto determina a extinção imediata de 2.449 postos em instituiçõ­es de ensino que hoje estão vagos, mas poderiam ser ocupados a qualquer momento. Outras 11.261 funções gratificad­as atualmente em uso deixarão de existir em 31 de julho. Seus ocupantes serão exonerados ou dispensado­s.

Análise do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituiçõ­es de Ensino Superior) aponta, por exemplo, que foram eliminadas todas as funções gratificad­as das recém-criadas universida­des federais de Catalão (GO), Jataí (GO), Rondonópol­is (MT), Delta do Parnaíba (PI) e Agreste de Pernambuco (PE).

21 mil é o total de vagas que estão sendo eliminadas pelo governo federal

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