Correio da Bahia

Incêndio destrói fábrica de colchões

- Nilson Marinho* e Gabriel Amorim* REPORTAGEM redacao@correio24h­oras.com.br

Um incêndio de grandes proporções atingiu, ontem, a fábrica de colchões da Ortobom, no bairro de Valéria, destruindo 60% da fábrica. Não houve feridos. Vinte famílias do entorno tiveram de deixar suas casas. O fogo alcançou ainda cinco residência­s.

As chamas começaram por volta das 5h50, na Rua Eurico Temporal. Os brigadista­s da empresa iniciaram o combate, mas, por conter muito material inflamável, as chamas se propagaram muito rápido e chegaram a 30 metros de altura, segundo o Corpo de Bombeiros.

A fumaça pôde ser vista em diversos pontos de Salvador, como a Avenida Paralela e a BR-324, e até em Simões Filho, na Região Metropolit­ana. O fogo foi confinado por volta das 11h30 na área de tanques, onde estava o TDI (diisociana­to de tolueno) e outros materiais usados na fabricação dos colchões e altamente inflamávei­s. O confinamen­to é para que o fogo não se propague para outras áreas.

“Segundo relatos de funcionári­os e moradores, houve uma reação química em um dos blocos de espuma”, explicou o major Ramon Diego, que comandou a operação. Ele disse também que o líquido que se espalhou ao redor do galpão era um solvente. “Foi esse material que, com a queima, com a combustão, foi projetado (no entorno)”.

Por isso, moradores, funcionári­os, jornalista­s e bombeiros precisaram usar máscaras por conta da fumaça tóxica.

Com o apoio de órgãos da prefeitura, caçambas de areia foram deslocadas para estancar o avanço do solvente.

Ainda na noite de ontem, 63 bombeiros atuavam no rescaldo, resfriando o local.

Um funcionári­o de uma empresa terceiriza­da que presta serviços para a Ortobom e que mora no fundo da fábrica contou que não tinha saído de casa ainda para pegar o caminhão da empresa, quando ouviu os primeiros estrondos. “Achei que fosse alguma carga de transforma­dor que tivesse estourado”, relembrou.

Quando saiu de casa, ele viu o fumaceiro. “Na hora, vim ligeiro para tirar o caminhão, mas o pessoal do Corpo de Bombeiros já estava aqui e a área tinha sido isolada. Ficou aí pegando fogo, explodindo, os bombeiros chegando, ninguém podendo passar. Infelizmen­te, a empresa acabou. Muita gente vai ficar desemprega­da”, lamentou.

A Ortobom possui 12 fábricas no país - a unidade de Salvador gera cerca de 500 empregos diretos e tem capacidade de produção mensal de 690 toneladas de blocos de espumas e 77 mil colchões. Eles são produzidos e armazenado­s na fábrica, de onde saem para distribuiç­ão. Em nota, a Ortobom informou que a produção da região será atendida pelas demais fábricas licenciada­s.

A suspeita do funcionári­o é de que as chamas tenham começado na área dos fundos, onde ficam os produtos químicos. “Lá na espumação, onde produz os colchões, há produtos muito fortes. A empresa tem muitos colchões, muitas caixas, então tudo ajuda o fogo a se espalhar”, disse ele. As causas do incêndio serão apuradas.

Vinte famílias tiveram de deixar suas casas; causa será investigad­a

PREJUÍZOS

Ainda segundo o major Ramon Diego, foram montadas cinco frentes de atuação para confinar o fogo. “Preservamo­s 40% da área edificada, a área de depósito, área de colchões, materiais, 14 caminhões e dois animais. O Corpo de Bombeiros agora está com 50 homens e cinco viaturas (no meio da tarde)”, afirmou o major.

Um funcionári­o, que preferiu não se identifica­r, disse que o prejuízo é incalculáv­el. Ele conta que, na empresa, há colchões com preços que variam entre R$ 100 e R$ 5 mil, a depender da funcionali­dade.

Muitas explosões puderam ser ouvidas no depósito, e os moradores da região saíram correndo.

A doméstica Maria de Lour-

Surgiram vários focos e houve também a dificuldad­e de acesso das equipes de combate Antônio Figueiredo

Engenheiro da Codesal, que ajudou na operação

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MAURO AKIN NASSOR Segundo funcionári­os, o fogo teria começado nos fundos do galpão, em área conhecida como espumação, que armazena material inflamável
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MAURO AKIN NASSOR

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