Incêndio destrói fábrica de colchões
Um incêndio de grandes proporções atingiu, ontem, a fábrica de colchões da Ortobom, no bairro de Valéria, destruindo 60% da fábrica. Não houve feridos. Vinte famílias do entorno tiveram de deixar suas casas. O fogo alcançou ainda cinco residências.
As chamas começaram por volta das 5h50, na Rua Eurico Temporal. Os brigadistas da empresa iniciaram o combate, mas, por conter muito material inflamável, as chamas se propagaram muito rápido e chegaram a 30 metros de altura, segundo o Corpo de Bombeiros.
A fumaça pôde ser vista em diversos pontos de Salvador, como a Avenida Paralela e a BR-324, e até em Simões Filho, na Região Metropolitana. O fogo foi confinado por volta das 11h30 na área de tanques, onde estava o TDI (diisocianato de tolueno) e outros materiais usados na fabricação dos colchões e altamente inflamáveis. O confinamento é para que o fogo não se propague para outras áreas.
“Segundo relatos de funcionários e moradores, houve uma reação química em um dos blocos de espuma”, explicou o major Ramon Diego, que comandou a operação. Ele disse também que o líquido que se espalhou ao redor do galpão era um solvente. “Foi esse material que, com a queima, com a combustão, foi projetado (no entorno)”.
Por isso, moradores, funcionários, jornalistas e bombeiros precisaram usar máscaras por conta da fumaça tóxica.
Com o apoio de órgãos da prefeitura, caçambas de areia foram deslocadas para estancar o avanço do solvente.
Ainda na noite de ontem, 63 bombeiros atuavam no rescaldo, resfriando o local.
Um funcionário de uma empresa terceirizada que presta serviços para a Ortobom e que mora no fundo da fábrica contou que não tinha saído de casa ainda para pegar o caminhão da empresa, quando ouviu os primeiros estrondos. “Achei que fosse alguma carga de transformador que tivesse estourado”, relembrou.
Quando saiu de casa, ele viu o fumaceiro. “Na hora, vim ligeiro para tirar o caminhão, mas o pessoal do Corpo de Bombeiros já estava aqui e a área tinha sido isolada. Ficou aí pegando fogo, explodindo, os bombeiros chegando, ninguém podendo passar. Infelizmente, a empresa acabou. Muita gente vai ficar desempregada”, lamentou.
A Ortobom possui 12 fábricas no país - a unidade de Salvador gera cerca de 500 empregos diretos e tem capacidade de produção mensal de 690 toneladas de blocos de espumas e 77 mil colchões. Eles são produzidos e armazenados na fábrica, de onde saem para distribuição. Em nota, a Ortobom informou que a produção da região será atendida pelas demais fábricas licenciadas.
A suspeita do funcionário é de que as chamas tenham começado na área dos fundos, onde ficam os produtos químicos. “Lá na espumação, onde produz os colchões, há produtos muito fortes. A empresa tem muitos colchões, muitas caixas, então tudo ajuda o fogo a se espalhar”, disse ele. As causas do incêndio serão apuradas.
Vinte famílias tiveram de deixar suas casas; causa será investigada
PREJUÍZOS
Ainda segundo o major Ramon Diego, foram montadas cinco frentes de atuação para confinar o fogo. “Preservamos 40% da área edificada, a área de depósito, área de colchões, materiais, 14 caminhões e dois animais. O Corpo de Bombeiros agora está com 50 homens e cinco viaturas (no meio da tarde)”, afirmou o major.
Um funcionário, que preferiu não se identificar, disse que o prejuízo é incalculável. Ele conta que, na empresa, há colchões com preços que variam entre R$ 100 e R$ 5 mil, a depender da funcionalidade.
Muitas explosões puderam ser ouvidas no depósito, e os moradores da região saíram correndo.
A doméstica Maria de Lour-
Surgiram vários focos e houve também a dificuldade de acesso das equipes de combate Antônio Figueiredo
Engenheiro da Codesal, que ajudou na operação