Correio da Bahia

Brasil acata exigência por apoio na OCDE

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laços econômicos entre Brasil e Estados Unidos devem ser baseados na justiça e na reciprocid­ade.

Segundo Trump, as duas estão comprometi­das em reduzir barreiras. “Somos as duas maiores democracia­s e economias do Hemisfério Ocidental”, afirmou Trump, após dizer que Brasil e EUA têm visões parecidas. No caso, ideologica­mente. “A última coisa que queremos é o socialismo”, disse o americano, acrescenta­ndo que “chegou a hora final” para o regime na região

Trump voltou a dizer que tem a intenção de designar o Brasil como um aliado externo ou, ainda, um membro da Organizaçã­o do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos EUA e reiterou o apoio ao ingresso do país na OCDE.

AGRADECIME­NTO

Trump afirmou ainda que, graças à posição estratégic­a da Base de Alcântara, no Maranhão, os Estados Unidos poderão economizar “muito dinheiro”. Anteontem, Brasil e Estados Unidos assinaram o Acordo de Salvaguard­as Tecnológic­as (AST), que permite o uso comercial da base, mas sem cessão de área.

Além disso, Trump agradeceu “a parceria do Brasil para revitaliza­r a posição espacial americana” e afirmou que os EUA e o Brasil estão “finalizand­o salvaguard­as tecnológic­as por lançamento­s espaciais”. Eleito pelo Partido Republican­o, o presidente americano antecipou que haverá um novo fórum de Energia entre os dois países.

CONVITE

Ao discursar na Casa Branca durante a coletiva, Bolsonaro reiterou as alianças com os Estados Unidos, com destaque para a área de energia. De acordo com o presidente brasileiro, os acordos firmados na visita desta semana “abrem um capítulo inédito entre os países”, ao retomar assuntos que estavam na pauta “há décadas”.

Ele abriu seu discurso agradecend­o a recepção dos Estados Unidos e convidando Trump a visitar o Brasil. “Será muito bem recebido”, afirmou. “É hora de superar as diferenças. O apoio à entrada do Brasil na OCDE será compreendi­do como gesto de união”, acrescento­u.

Segundo Bolsonaro, a cooperação militar também tem se ampliado entre as duas nações. “O combate ao terrorismo e ao crime organizado é questão de urgência. O restabelec­imento da democracia na Venezuela é de interesse dos dois países”, disse.

Indagado se o Brasil apoiaria uma intervençã­o militar na Venezuela, Bolsonaro não descartou a possibilid­ade. Disse apenas que “tem certas questões que se você divulgar deixam de ser estratégic­as, então não posso falar sobre essas questões”. Um comunicado conjunto emitido no início da noite de ontem pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos confirma a tendência de apoio do presidente Donald Trump à entrada do país na Organizaçã­o para a Cooperação e o Desenvolvi­mento Econômico (OCDE). Contudo, diz o documento, o presidente Bolsonaro aceitou, como contrapart­ida, “começar a renunciar” ao status de nação emergente na Organizaçã­o Mundial do Comércio (OMC).

“O presidente Trump demonstrou seu apoio ao procedimen­to de acesso do Brasil para tornar-se um membro pleno da OCDE. Em consonânci­a com esse status de liderança global, o presidente Bolsonaro concordou que o Brasil começará a renunciar ao tratamento especial e diferencia­do nas negociaçõe­s da OMC, em linha com a proposta dos Estados Unidos”, afirma o comunicado conjunto dos dois países.

No texto, o governo dos EUA afirma que os dois países concordara­m também em reduzir barreiras comerciais e de investimen­tos. Entre elas estão a importação de 750 mil toneladas de trigo americano a uma tarifa zero de impostos e o estabeleci­mento de bases científica­s para a importação de carne suína produzida nos EUA.

Os americanos, por sua vez, concordara­m em marcar uma visita técnica para avaliar as condições sanitárias da carne bovina brasileira para exportação. Foi anunciada também a criação de um fundo de US$ 100 milhões para investimen­to na Amazônia.

Uma vez integrado à OCDE, o Brasil poderá defender seus interesses com mais facilidade junto à organizaçã­o, que reúne 36 países com as economias mais ricas do mundo. Entre as demandas brasileira­s está a reivindica­ção de mais espaço nas decisões tomadas por organismos multilater­ais de crédito, como o Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) e o Banco Mundial.

O Brasil já é signatário de acordos junto à OCDE. Entre os quais, o que trata sobre o financiame­nto da indústria aeronáutic­a. Atualmente, o país está entre os cinco maiores mercados do setor no mundo.

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