Jovem está há 8 meses em estado vegetativo
APÓS PARTO Uma baiana de 19 anos está em estado vegetativo há oito meses depois de um parto malsucedido, realizado no Hospital Municipal Nossa Senhora da Conceição, em Araci, no Nordeste do estado. Mirene Santos da Silva, segundo a família, teve o útero extraído junto com a placenta no momento do parto, o que causou hemorragia, parada respiratória e convulsões.
A gravidez, conforme mostram exames de pré-natal, era considerada normal. Ela deu à luz um menino, Jordan, que não teve sequelas. A renda fixa da família é de R$ 290, que a mãe de Mirene recebe do Bolsa Família.
A família dela ainda aguarda receber o prontuário médico para saber o que, de fato, ocorreu com a jovem no hospital em Araci. De lá, ela foi levada às pressas para o Hospital Estadual da Criança (HEC), em Feira de Santana.
O relatório médico do HEC, assinado pela médica Ilza Maria da Silva, diz que Mirene chegou de Araci “no pós-parto imediato de parto natural, com sangramento vaginal intenso e hipotensão, sendo identificado inversão uterina”, e, depois, foi levada para o centro cirúrgico, onde teve uma parada respiratória.
Familiares, por meio do advogado Dante Vinícius Santos Araújo, protocolaram ontem um pedido no Minis- tério Público da Bahia (MP-BA) para que a prefeitura de Araci forneça o prontuário de Mirene. O mesmo pedido já foi realizado diretamente à unidade de saúde na terça passada (12).
“Vamos esperar mais cinco dias úteis para o laudo médico ser fornecido. Caso isso não ocorra, vamos acionar a Justiça”, disse Dante.
Segundo ele, há oito meses, a família tenta obter o laudo, sem receber resposta do hospital, dirigido pelo técnico em enfermagem do trabalho João Batista da Silva Santiago. O Código de Ética Médica veda ao profissional negar o prontuário.
De acordo com os familiares, hoje, Mirene só consegue abrir os olhos, chorar e sorrir. Ela mantém todas as funções autônomas do corpo, mas não interage.
Segundo o médico neurologista Tiago Fukuda, no estado vegetativo não persistente há chances de a pessoa voltar a ter reações. Já no estado vegetativo persistente, de longa duração, a probabilidade de volta à normalidade é menor. A classificação na qual Mirene se enquadra não foi informada.
Eles se queixam que a prefeitura de Araci tem dado um valor muito baixo de auxílio e que o home care não funciona de maneira regular. Em nota, a prefeitura disse que fornece serviço de home care e assistência social.
Vamos esperar mais cinco dias úteis para o laudo médico ser fornecido. Caso isso não ocorra, vamos acionar a Justiça Dante Vinícius Araújo Advogado da família