Secretário defende mudanças na carreira militar
O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, defendeu ontem a decisão do governo de incluir, junto da proposta de reforma da Previdência dos servidores das Forças Armadas, um projeto de reestruturação da carreira militar. Ao mesmo tempo, Marinho disse que “não há nenhuma margem” para tratar de reestruturação semelhante para qualquer outra carreira.
Para Marinho, a reestruturação para os miliares se justifica porque, nos últimos 20 anos, os militares foram a única carreira do serviço público federal que não passou por reestruturação de cargos e salários.
Questionado se as corporações de outras categorias do serviço público federal não poderiam atuar junto aos parlamentares para incluírem reestruturações semelhantes junto à tramitação da proposta de emenda constitucional (PEC da reforma da Previdência), Marinho disse que “pressão de corporações” sempre houve. “O papel agora é do Congresso Nacional”, afirmou o secretário.
Marinho foi questionado se, após o término do envio da PEC e dos projetos de lei associados, ainda seria possível prever a aprovação da reforma da Previdência no primeiro semestre, mas o secretário evitou responder, alegando que precisava seguir para a cerimônia de encerramento do evento.
Ele disse ainda que será mais difícil aprovar a proposta de emenda constitucional (PEC da reforma da Previdência) do que foi aprovar a reforma da legislação trabalhista, no governo Michel Temer. “Esse projeto não é fácil. Vai ser mais difícil do que a reforma trabalhista”.
Segundo o secretário, a dificuldade está no fato de que, embora “cada parlamentar” saiba da necessidade da reforma, muitas vezes deputados e senadores precisam atender a demandas de seu eleitorado local. Marinho cobrou ainda o engajamento da sociedade no convencimento dos parlamentares para que votem a favor da reforma. O secretário afirmou, contudo, que o clima no Congresso Nacional nunca foi tão favorável à aprovação da reforma.