Gêmeas unidas pelo abdômen são transferidas para hospital em Goiânia
SIAMESAS Uma mulher de 35 anos deu à luz gêmeas siamesas unidas pelo abdômen anteontem, em Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo da Bahia. Liliane Silva dos Santos, que estava com 36 semanas de gestação, viajava para Salvador para uma consulta médica quando a bolsa rompeu. Ela e as filhas, batizadas de Laura e Laís, passam bem. Liliane deve ter alta hoje.
Na madrugada de ontem, as irmãs foram transferidas para Feira de Santana e, depois, embarcadas em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para o Hospital Estadual Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI), em Goiânia (GO), referência nacional no assunto.
Ao CORREIO, o médico cirurgião pediátrico Zacharias Calil garantiu que as gêmeas poderão passar pela cirurgia de separação, mas precisarão esperar, no mínimo, um ano para que isso aconteça.
Laura e Laís compartilham o intestino delgado e grosso, a bacia e o sistema urinário e possuem uma anomalia no reto (há apenas um ânus). Juntas, elas pesam 3,798 kg, nasceram de parto cesáreo - que durou cerca de uma hora - e estão com os batimentos cardíacos e respiração normais.
O nascimento de gêmeos siameses é um evento raro em todo o mundo. No Brasil, se registra um caso a cada 150 mil nascidos vivos. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2018, houve 43 nascimentos deste tipo. A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) não soube informar quantos casos ocorreram no estado. Segundo Calil, casos de gêmeos siameses ligados pelo abdômen são ainda mais raros: ocorrem em apenas 6% dos nascimentos do tipo. Em Goiânia, Laura e Laís estão sendo acompanhadas por uma tia.
Estão em estado estável e vão começar uma dieta via oral. Ainda não tem a data da cirurgia Nota
do Hospital Estadual Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI), em Goiânia (GO)