Após instaurar crise, Bolsonaro recua sobre Polícia Federal
MAL ESTAR O presidente Jair Bolsonaro recuou e baixou o tom de suas declarações acerca das mudanças na superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro. As afirmações que fez na quarta-feira, de que o superintendente Ricardo Saadi, seria substituído por problemas de "gestão e produtividade", o que gerou mal estar na corporação, que respondeu que a substituição de Saadi estava prevista havia meses e não tinha relação com a avaliação de Saadi no cargo, e citou que a superintendência seria ocupada por Carlos Henrique Oliveira Sousa, atual superintendente regional em Pernambuco.
A situação piorou na manhã de ontem, quando Bolsonaro, em entrevista, voltou a falar em "produtividade" e reagiu contra o nome de Sousa. Segundo ele, o escolhido seria Alexandre Silva Saraiva, de Manaus.
"Quem manda sou eu, [para] deixar bem claro. Eu dou liberdade para os ministros todos, mas quem manda sou eu. Pelo o que está pré-acertado, seria o lá de Manaus", afirmou o presidente. "Quando vão nomear alguém, falam comigo. Ué, eu tenho poder de veto? Ou vou ser um presidente banana, agora?", completou.
As declarações geraram diversas críticas. Integrantes da PF acusavam Bolsonaro de ingerência na corporação. a situação também provocou constrangimentos no ministro da Justiça Sérgio Moro, a quem a PF é vinculada.
Horas depois, em outra entrevista ainda no final da manhã, Bolsonaro atenuou a força de suas declarações.
"Está há três meses programado. Se quer o de Pernambuco, não tem problema, não. Tanto faz para mim. Eu sugeri o de Manaus e, se vier o de Pernambuco, não tem problema, não".
Questionado sobre qual o grau de independência dos comandos da PF para fazer investigações, já que todos os superintendentes passam pelo crivo do presidente, Bolsonaro disse que, antes, os cargos eram loteados por partidos, que agora, segundo ele, houve uma mudança no preenchimento destes cargos.
Quando vão nomear alguém, falam comigo. Ué, eu tenho poder de veto? Ou vou ser um presidente banana, agora? Jair Bolsonaro