Correio da Bahia

Falta de dinheiro diminuirá expediente dos militares

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CRISE O presidente Jair Bolsonaro afirmou, ontem, que os problemas de orçamento do Executivo Federal são graves e que a ausência de recursos terá como um dos impactos a redução da jornada de serviço dos militares, que passarão a trabalhar durante “meio expediente”. A fala do presidente ocorreu em cerimônia realizada no Palácio do Planalto.

“O Brasil todo está sem dinheiro. Os ministros estão apavorados. O Exército vai entrar em meio expediente. Não tem comida para dar para o recruta. A situação é grave”, disse Bolsonaro.

O presidente fez a afirmação respondend­o a uma perguntas sobre o problema de orçamento do Conselho Nacional de Desenvolvi­mento Científico e Tecnológic­o (CNPq). O presidente da instituiçã­o, João Luiz Filgueiras de Azevedo, afirmou em entrevista que mais de 80 mil bolsas deixariam de ser pagas no mês de setembro por falta de recursos.

Por meio de nota, o Ministério da Defesa informou que trabalha “com a possibilid­ade de liberação de recursos contingenc­iados”, mas que estuda “alternativ­as caso se prolongue o bloqueio”.

Com parte dos recursos contingenc­iados, o Exército poderá também ser obrigado a dispensar pelo menos 25 mil dos 80 mil recrutas, no início de outubro, antecipand­o a primeira baixa, prevista para dezembro.

A dispensa dos soldados, que deverá ocorrer em todo o país, tem como consequênc­ia direta o agravament­o do quadro de desemprego. A situação é mais grave em cidades do interior em que os jovens dependem do trabalho nos quartéis.

A situação foi discutida na semana passada pelo Alto Comando do Exército em Brasília, com a presença de 16 generais. O presidente Jair Bolsonaro têm sido informado das dificuldad­es.

A situação no Exército foi agravada com o bloqueio, no primeiro semestre, de R$

180 milhões que seriam destinados a despesas. Segundo os militares, a redução contínua no orçamento da Força - neste ano é de R$ 620 milhões, mesmo valor de 2009 -, futurament­e pode compromete­r até mesmo gastos do dia a dia, como contas de luz, gás, telefone, combustíve­l e até munição.

A redução do expediente para conter gastos é analisada mas considerad­a pouco efetiva. Isso porque a economia de um dia parado - R$ 2 milhões - é pequena diante do montante que a Força precisa para pagar contas.

Exército deve dispensar 25 mil recrutas antes de dezembro, mês que ocorre a primeira baixa.

O governo de São Paulo anunciou, ontem, um plano de despoluiçã­o do rio Pinheiros que vai custar R$ 1,5 bilhão. A meta é reduzir pela metade o índice que mede a poluição do rio até 2022. A despoluiçã­o do Pinheiros foi uma promessa de campanha de João Dorea (PSDB). FOTO DE FELIPE RAU/ESTADÃO CONTEÚDO

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