Corregedoria investiga policiais militares por ataques a ônibus
GREVE A Corregedoria da PM instaurou, ontem, um inquérito policial militar para investigar suspeita de conduta ilícita de PMs ligados ao deputado estadual Marco Prisco (PSC). Fechamento de avenidas, ataques contra ônibus e bancos, faltas em serviço, entre outras irregularidades serão apuradas. De acordo com informações da Secretaria de Comunicação do Governo (Secom), a medida atende a uma determinação do Ministério Público da Bahia (MP–BA).
Entre os casos citados pelo MP está o ataque contra dois ônibus, na região do Subúrbio Ferroviário, ocorrido na quinta-feira (10). Na ocasião, Anselmo Souza dos Prazeres, filiado da Aspra e soldado da 18ª CIPM (Periperi), foi flagrado após atravessar dois coletivos na Avenida Suburbana.
“Vamos cumprir o pedido do MP e relatar a participação de cada militar neste movimento irregular. Além das ações de vandalismo, seremos rigorosos com o pequeno número que está faltando sem justificativa plausível”, afirmou o corregedor da PM, coronel Augusto César Miranda Magnavita.
O soldado Anselmo Souza dos Prazeres foi encaminhado para o Complexo Penitenciário da Mata Escura, ontem. Ele está sob custódia desde a quinta-feira, quando foi baleado e preso por suspeita de participar do ataque aos ônibus na Avenida Suburbana, na altura do bairro de Itacaranha. A defesa do PM nega a participação dele no crime.
O advogado Dinoemerson Nascimento representa o policial e afirma que ele não participou do ataque aos ônibus. Na versão da defesa, Anselmo estava passando pela região quando houve a troca de tiros entre os homens que atravessaram o coletivo na avenida e policiais da Operação Gêmeos, que passavam pela região.
“Ele estava a caminho de casa quando houve o tiroteio. Ele correu, como qualquer pessoa faria nessa situação, mas foi baleado. Ele não tem relação com os atos criminosos divulgados pela secretaria. A SSP está fazendo isso para marginalizar o movimento”, afirmou.
Anselmo foi ouvido ontem na Corregedoria da PM, mas, segundo o advogado, o depoimento foi dado dentro de uma ambulância. Dinoemerson informou que o PM foi constrangido e que vai representar judicialmente contra os militares que participaram da ação. O advogado também informou que vai entrar com o pedido de liberdade do policial.
Segundo a SSP, na noite de quinta-feira, o soldado Anselmo e outros três policiais militares entraram em um ônibus da empresa Expresso Metropolitano e provocaram pânico entre os passageiros. Eles atravessaram o veículo no meio da pista e fizeram alguns disparos no coletivo.
Os tiros atraíram a atenção de policiais da Operação Gêmeos da PM que faziam rondas na região. Houve confronto e Anselmo foi baleado com um tiro nas nádegas e socorrido para o Hospital do Subúrbio. Os outros três homens conseguiram fugir.
A SSP afirma que o soldado e os outros homens estão ligados ao movimento grevista comandado pela Aspra, e que o ataque ao ônibus foi uma maneira de assustar a sociedade e pressionar o governo a negociar as pautas apresentadas pela entidade.
O grupo em greve que acampava no clube Adelba, em Patamares, se mudou ontem para a sede da Aspra, no bairro da Saúde.
Procurada, a Aspra afirmou, por meio de nota, que “a SSP tenta criminalizar a mobilização de policiais e bombeiros militares da Bahia”. A entidade classifica a informação como falsa.
Além das ações de vandalismo, seremos rigorosos com o pequeno número que está faltando sem justificativa Augusto César Miranda Magnavita