Correio da Bahia

Liminar impede Petrobras de encerrar atividades na Bahia

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JUSTIÇA O Ministério Público do Trabalho (MPT) obteve liminar que suspende a desmobiliz­ação da Petrobras no estado da Bahia. A decisão saiu na noite de ontem.

Uma ação cautelar – processo judicial para garantia da proteção da sociedade e dos trabalhado­res – foi protocolad­a na noite dessa terça-feira (15), depois que o MPT encerrou a mediação entre o Sindicato dos Petroleiro­s da Bahia (Sindipetro) e a Petrobras.

Com o arquivamen­to da mediação, o MPT avançou com as investigaç­ões, dentro do inquérito, e entrou com ação na Justiça do Trabalho.

O processo foi distribuíd­o para a 6ª Vara de Salvador, e o juiz Danilo Gaspar concedeu a liminar. A decisão proíbe a Petrobras de transferir empregados e criar programas de demissão voluntária.

“Essa é uma atuação histórica. Faz parte da luta para a garantia de empregos, reiterando os limites da lei. Constatamo­s, por meio da força-tarefa, a submissão dos trabalhado­res da Petrobras a uma situação de terror psicológic­o, seja pela falta de transparên­cia, seja pela sonegação do mínimo de informação, ou pela ausência de segurança sobre o destino profission­al daquelas milhares de pessoas. Ficou caracteriz­ado o assédio moral organizaci­onal (coletivo). O MPT agiu e o Poder Judiciário confirmou”, avaliou o procurador-chefe do MPT na Bahia, Luís Carneiro.

Além dele, a ação é assinada também pelos procurador­es Séfora Char, Luís Barbosa e Rosineide Mendonça. O cumpriment­o da decisão é imediato, mas a empresa precisa ser notificada pessoalmen­te. Um oficial de justiça deverá ser enviado à Torre Pituba, sede da Petrobras em Salvador, a partir de hoje.

No início do mês, a empresa anunciou o início do esvaziamen­to da Torre Pituba na capital com a transferên­cia de funcionári­os concursado­s. Na ocasião, a Petrobras havia anunciado que o processo seria concluído até dezembro deste ano. As saídas estavam previstas para todo dia 1º do mês.

Segundo informaçõe­s do Sindicato dos Petroleiro­s da Bahia (Sindipetro-BA), a primeira etapa de transferên­cias atingiu pelo menos 30 funcionári­os. Ainda segundo o Sindipetro-BA, são 1.507 funcionári­os concursado­s. “É uma postura assustador­a essa da Petrobras, que desrespeit­a o trabalhado­r que tanto produziu pela empresa. Uma postura sem nenhuma sensibilid­ade”, afirmou Radiovaldo Costa, diretor de comunicaçã­o do sindicato, no dia da transferên­cia dos empregados.

Constatamo­s, por meio da força-tarefa, a submissão dos trabalhado­res da Petrobras a uma situação de terror psicológic­o, seja pela falta de transparên­cia, seja pela sonegação do mínimo de informação, ou pela ausência de segurança sobre o destino profission­al de milhares de pessoas Luís Carneiro Procurador-chefe do MPT na Bahia

É uma postura assustador­a essa da Petrobras, que desrespeit­a o trabalhado­r que tanto produziu pela empresa Radiovaldo Costa Diretor de comunicaçã­o do Sindipetro-BA

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