Correio da Bahia

Detento é suspeito de liderar facção de dentro de presídio

- BRUNO WENDEL

MATA ESCURA Nem mesmo os muros e as celas detêm o líder do Bonde do Ajeita. Apesar de cumprir pena no Presídio de Serrinha, considerad­o o único de segurança máxima do estado, o traficante Washington David Santos da Silva, 27 anos, o Boca Mole, continua dando ordens aos seus comparsas, diz uma fonte da Secretaria de Segurança Pública (SSP) .

Recentemen­te, a polícia realizou operações que resultaram em perdas para a facção - uma dissidênci­a do Bonde do Maluco (BDM) - no bairro da Mata Escura. A ação mais recente aconteceu na tarde dessa segunda-feira (13), quando policiais militares libertaram um refém e mataram três integrante­s do grupo. No dia 26 de dezembro do ano passado, a PM matou outros três e prendeu dois da organizaçã­o criminosa.

“Os comandos saem de lá de dentro do presídio. Os seus seguidores estão espalhados em São Caetano, Capelinha de São Caetano, Boa Vista de São Caetano, Mata Escura e Santo Inácio. Nesses locais, muitas mortes foram cometidas sob o comando de Boca Mole”, afirma fonte.

Quando preso, em 2013, a Polícia Civil disse que ele era acusado de cometer 26 homicídios e suspeito de outras 40 mortes – a maioria ligada ao tráfico de drogas na região de São Caetano.

Além dessas acusações,

Washington responde a três processos na Justiça baiana. O primeiro por tráfico de drogas. Por esse crime ele foi condenado a 11 anos de prisão após ter sido preso em 2013. Já os outros dois processos em andamento são por roubo e por crime organizado.

Washington estampava a carta 10 de paus do Baralho do Crime da SSP até o dia 16 de fevereiro de 2013. Ele foi capturado em companhia de Evanildo da Silva, que tinha um mandado de prisão em aberto por assalto a banco. Eles foram localizado­s em um veículo Agile branco roubado enquanto entregavam drogas em pontos de venda entre os bairros de Cajazeiras e São Caetano.

À época, investigad­ores da 4ª Delegacia (São Caetano) disseram ter encontrado uma metralhado­ra calibre 9 mm, de fabricação italiana, e um carregador com 19 projéteis em posse de Boca Mole. No carro, com placas adulterada­s, ainda foram encontrado­s um saco com

CONTORNO Bandidos assaltaram ontem banhistas que curtiam o fim de tarde na praia do Museu de Arte Moderna (MAM), na Avenida Contorno. De acordo com a Polícia Militar, por volta das 18h, policiais do 18º Batalhão da PM receberam uma denúncia por parte de frequentad­ores do MAM, informando que eles tinham sido vítimas de roubo.

No local, a polícia conversou com populares, que informaram que criminosos armados com facas invadiram a praia, roubaram aparelhos celulares dos banhistas e fugiram em seguida. O acesso à praia pelo museu está fechado, mas a polícia não confirmou se os um quilo de maconha e uma balança de precisão.

Segundo a polícia, a dupla não esboçou reação ao ser surpreendi­da pelos policiais e Boca Mole ainda ofereceu R$ 100 mil para ser liberado da abordagem. Além de agir no controle e na distribuiç­ão de drogas, ele ainda está envolvido com quadrilhas de roubo de veículos e bancos.

As advogadas de defesa de Boca Mole, Lorena Correia e Rebeca Matos, negaram as acusações de homicídios e disseram que Washington não é ligado à facção.

suspeitos chegaram ao local de barco.

Uma das pessoas que passava pelo local e preferiu não se identifica­r informou ao CORREIO que as vítimas eram turistas, que informaram que foram abordadas por três criminosos.

Ainda segundo a PM, os policiais orientaram e encaminhar­am as vítimas para a delegacia, onde foi registrada a ocorrência. Viaturas chegaram a fazer rondas na região, mas os criminosos não foram localizado­s e, até o momento, ninguém foi preso. Não há informaçõe­s sobre para qual delegacia os banhistas foram levados.

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REPRODUÇÃO Washington David Santos da Silva, o Boca Mole

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