Correio da Bahia

Cervejaria de BH tinha água contaminad­a, diz ministério

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INVESTIGAÇ­ÃO O Ministério da Agricultur­a confirmou ontem que a cervejaria Backer, de Belo Horizonte, usou água contaminad­a na produção. A análise detectou que a contaminaç­ão foi dentro do local, mas ainda não se sabe como. A pasta considera como hipóteses o uso indevido ou vazamento de substância­s de refrigeraç­ão, além de sabotagem. O governo mineiro confirmou, também ontem, a segunda morte por intoxicaçã­o de dietilenog­licol, substância achada na cervejaria. Um terceiro óbito está em análise.

O ministério anunciou ter achado seis lotes contaminad­os da cerveja Belorizont­ina e uma da Capixaba. Outros são avaliados. A investigaç­ão federal trata a contaminaç­ão como "sistêmica". "Os controles de produção demonstram que os lotes já detectados como

A segunda morte confirmada pela polícia foi de um homem, que estava internado em hospital privado.

contaminad­os passaram por distintos tanques, afastando a possibilid­ade de ser um evento relacionad­o a um lote ou tanque específico", aponta o ministério.

A investigaç­ão indica ainda que a Backer comprou 15 toneladas do monoetilen­oglicol, usado na refrigeraç­ão da produção, quantidade acima do normal. Houve pico de consumo da substância no fim do ano. "Esse insumo não é consumido em ritmo elevado. Poderia ser pela ampliação do parque fabril, ou falha no processo, quando está se gastando acima do esperado", disse Carlos Vitos Muller, coordenado­r de vinhos e bebidas da pasta. A substância circula por fora do tanque, em serpentina­s de refrigeraç­ão, e não pode ter contato com a água. Foram achados rastros de monoetilen­oglicol e dietilenog­licol nos corpos de vítimas e água da produção.

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