Juntas para enfrentar o assédio sexual
Que o assédio sexual sempre existiu, nunca houve dúvidas. Mas foi de poucos anos para cá, com o crescimento da força do feminismo, que o assunto ganhou a mídia e despertou mais interesse da sociedade. E os casos envolvendo pessoas que ocupam posições importantes em empresas, como executivos de grandes corporações, chocaram o mundo.
Um desses casos, revelado em 2014, tinha como acusado o presidente e chefe-executivo da Fox News, Roger Ailes (1940-2017), denunciado por várias mulheres por abusar de seu poder e atacá-las sexualmente. A história ganhou os noticiários e, como era previsto, inspirou obras de ficção. A primeira foi a série The Louder Voice, que tem Russel Crowe no papel de Ailes.
Agora, chega aos cinemas O Escândalo, que tem John Lithgow vivendo o acusado. No elenco, as mulheres que processam Ailes são interpretadas por Charlize Theron, Margot Robbie e Nicole Kidman.
Kidman vive a apresentadora Gretchen Carlson, a primeira a tomar coragem para denunciar o chefe por assédio sexual. E, como em outros casos parecidos, a primeira denúncia encoraja outras mulheres a fazerem o mesmo.
É aí que surgem outras denunciantes: Megyn Kelly (Theron, que concorre ao Oscar de melhor atriz) e a novata e ambiciosa Kayla Pospisil (Robbie).
“Para mim, o filme trata do mal uso do poder e de como essas mulheres foram capazes de se reerguer e levantar voz sobre esse assunto. E elas deram início a uma mudança importante, instigando outras mulheres a fazerem o mesmo. Apesar de ser um filme que entretém, trata do tema de uma maneira visceral. E é o ponto de vista feminino”, disse Charlize Theron ao portal Flickerin Myth.
Parte da crítica e do público, no entanto, já se manifestou defendendo que o filme funcionaria melhor se fosse dirigido por uma mulher no lu