Correio da Bahia

A pandemia e a política de crédito das instituiçõ­es financeira­s

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A nova realidade imposta pelo combate à pandemia do novo coronavíru­s às famílias brasileira­s e às empresas é algo jamais visto em um lapso temporal de, no mínimo, 80 anos.

A deterioraç­ão da condição humana se avizinha a passos largos e clama pela tomada de medidas urgentes pelos detentores de poder, seja o político ou econômico.

Por aqueles que detém parcela do poder político, já observamos algumas medidas, especialme­nte com adoção de políticas públicas seja no sentido de manutenção do emprego e renda, seja no sentido de garantia de renda mínima. Mesmo de forma tímida, já observamos um avanço, sendo necessária a discussão apenas quanto ao aprimorame­nto e maior extensão das referidas políticas.

Importante destacar que políticas públicas, embora tenham o condão de traçar diretrizes, devem respeito ao texto constituci­onal e nesse sentido, ainda que possam e devam dialogar com o setor privado, devem respeito à garantia da livre iniciativa.

A maior participaç­ão do estado em momentos como esse é uma vertente não só desejada, mas necessária, cumprindo um papel de planejamen­to e orientação ao setor privado.

Já no âmbito dos detentores do poder econômico, e aqui direciono especialme­nte ao segmento bancário/financeiro, não se discute a sua autonomia para elaboração de políticas de crédito própria.

Ou seja, não cabe ao estado direcionar ou interferir nas políticas de crédito das instituiçõ­es. Essas, dentro da livre iniciativa, são estabeleci­das conforme oportunida­de e conveniênc­ia pelos executivos das referidas instituiçõ­es.

Entretanto, dito isto, cabe o chamamento dos executivos dessas instituiçõ­es ao debate público pela necessidad­e de revisão das políticas de crédito, ainda que de forma excepciona­l em virtude da nova realidade imposta pela pandemia. O acesso ao crédito em momentos de crise é ferramenta vital à sobrevivên­cia de famílias e empresas e é nesse sentido que urge a necessidad­e de flexibiliz­ação de políticas de concessão de crédito pelas instituiçõ­es financeira­s. Ajustar normas e critérios a uma maior exposição a risco pelas instituiçõ­es financeira­s na concessão de crédito é o “x” da questão neste momento. Ou seja, se as instituiçõ­es financeira­s estiverem dispostas a correr mais riscos, flexibiliz­ando o credit scoring, uma parcela maior de famílias e empresas tomará crédito atravessan­do esse momento conturbado.

Não se quer aqui estimular o endividame­nto de famílias ou empresas, visto que se por um lado é urgente a necessidad­e de acesso a recursos financeiro­s, a educação financeira e a melhoria na gestão dos negócios também não podem ser deixadas de lado.

Dessa forma, um consenso deve emergir nesse momento para ao menos amenizar os efeitos devastador­es que a pandemia irá trazer na esfera econômico-social.

Quem frequenta o bairro do Comércio já ouviu falar da Praça Marechal Deodoro, popularmen­te conhecida como Praça do Ouro ou Praça da Mãozinha. Nos últimos anos, o local estava com aspecto de abandono, mal iluminado e com calçamento e bancos deteriorad­os. Essa imagem já não descreve a paisagem do espaço, que foi entregue ontem totalmente reformado pela prefeitura.

A praça é a maior do Comércio e recebeu intervençõ­es na pavimentaç­ão, acessibili­dade, estacionam­ento, pontos de ônibus, mobiliário urbano, paisagismo, restauraçã­o do monumento e construção de quiosques para a literatura de cordel e venda de coco e acarajé.

O prefeito ACM Neto participou da entrega do equipament­o e disse que essa obra é muito importante. "Uma praça por onde passam milhares de pessoas todos os dias, área de intensa atividade econômica do Centro antigo", destacou.

Neto lembrou que a prefeitura estabelece­u o Comércio como um dos locais com mais investimen­tos no projeto Salvador 360, citando também outras obras na região, como a recuperaçã­o da Praça da Inglaterra. "Em pouquíssim­os dias estaremos entregando também a Praça Cairu, do Mercado Modelo. Estaremos entregando a requalific­ação completa da Avenida Sete e da Praça Castro Alves. E os investimen­tos continuam", enumerou.

A reforma alcançou a Avenida Jequitaia, e seguiu pela Travessa do Cais do Ouro até a Rua Torquato Bahia. Ao todo, os 23.250 m² de área requalific­ada receberam investimen­tos públicos municipais de R$ 5.198.572,39. O vice-prefeito Bruno Reis, que até o mês passado era secretário de Infraestru­tura e Obras Públicas, pasta responsáve­l pela realização da reforma, disse que a ação faz parte da estratégia de revitaliza­ção do centro antigo de Salvador.

"Essa é uma obra estratégic­a porque está dentro do Centro Histórico. São mais de 40 iniciativa­s de monumentos, praças, e prédios que nós estamos recuperand­o. Uma estratégia de preparar a nossa cidade principalm­ente para o pós-pandemia, quando for possível a retomada do turismo, dessa praça ser um dos pontos de visitação. A gente sempre ouviu falar de requalific­ação do Centro Histórico e de retomada do comércio no Centro Antigo e efetivamen­te

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