Suposta jurista não entrega diplomas à polícia
PLÁGIO A defesa da suposta jurista Cátia Raulino entregou, anteontem, uma série de documentos à 9ª Delegacia (Boca do Rio). Mas, de acordo com o delegado titular da unidade, ACM Santos, nenhum dos papéis são diplomas que comprovariam as formações listadas por ela em seu currículo Lattes. A papelada apresentada pelos advogados de Cátia foram prints de trocas de mensagens com suas ex-alunas, Solimar Musse e Lorena Falcão, que a acusam de plágio.
De acordo com a delegacia, o objetivo foi contestar as acusações das ex-alunas. O delegado considera que mesmo essa documentação é insuficiente. A “professora” teria publicado os trabalhos de conclusão de curso de Lorena e Solimar assinando como co-autora, mas ambas negam a autorização para uso de seus trabalhos.
O material apresentado foram prints de conversas do WhatsApp e reproduções de documentos em que Cátia diz ter feito correções nos trabalhos e se reivindica como co-autora. “No bojo desses documentos, não foram anexados nenhum diploma ou títulos. Ou seja, até esse exato momento, ela sequer comprovou que é bacharel em Direito”, explicou o delegado.
Ele ainda aguarda pelo menos cinco ofícios de faculdades baianas onde Cátia alegou ter vínculo. Além disso, também é esperada uma resposta da OAB Nacional para ver se os dados da investigada constam no cadastro de advogados.
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde ela teria feito mestrado em 2010, já respondeu à reportagem que não encontrou o nome de Cátia no registro dos cursos de pós-graduação ou no registro de diplomas. A Universidade Federal da Bahia também informou que não consta no sistema acadêmico da instituição qualquer menção à Cátia Regina Raulino. Logo, ela não realizou doutoramento, mestrado ou mesmo graduação na universidade. A Universidade Federal de Santa Catarina (DAE/UFSC) verificou os registros de alunos de graduação e pós-graduação e não localizou o nome de Cátia. A UFSC procurou até mesmo com o nome grafado com K e não encontrou.
"Se ela me trouxer os diplomas, digamos que daqui a 10 dias, e eu ainda não tiver remetido o inquérito ao Ministério Público da Bahia, anexamos os laudos”, disse o delegado. Até lá, as investigações continuam e, se comprovadas as acusações, Cátia pode ser condenada pelos crimes de plágio, exercício ilegal ou irregular da profissão e estelionato. O perfil dela no Instagram, que tinha mais de 100 mil seguidores, foi removido.