Correio da Bahia

Câmara aprova lei que abre o mercado de gás

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PROJETO Após vencer a resistênci­a da oposição, a Câmara aprovou ontem o texto-base de abertura do mercado de gás. Foram 351 votos a favor e 101 contra. O projeto tem como objetivo abrir a concorrênc­ia no setor e baratear o preço do gás e é a aposta do governo para destravar investimen­tos de até R$ 43 bilhões e reindustri­alizar o país.

Alinhado ao novo mercado de gás, programa do governo mais conhecido como “choque da energia barata”, a proposta abre um setor que há até pouco tempo era dominado pela Petrobrás. Os investimen­tos previstos irão assegurar projetos de expansão de infraestru­tura de transporte, escoamento e armazename­nto do gás.

A derrubada do monopólio permite a grandes consumidor­es comprar gás dos fornecedor­es que oferecerem melhores preços. O preço do gás natural do Brasil é alto na comparação com outros países, de US$ 12 a US$ 14 por milhões de BTUs (unidade térmica britânica, na sigla em inglês), de acordo com dados apresentad­os pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerqu­e, à Câmara dos Deputados.

Nos Estados Unidos, por exemplo, o preço é de aproximada­mente US$ 3 e em países da

Europa, US$ 7. O combustíve­l é matéria-prima de segmentos como siderurgia, vidros e fertilizan­tes e ainda move usinas geradoras de energia elétrica.

Os deputados precisam agora votar os destaques, pedidos de alteração ao texto aprovado e a conclusão dessa fase deve ocorrer só em uma próxima sessão. Depois disso, o texto seguirá para o Senado.

Com a decisão da estatal de deixar o negócio de distribuiç­ão - onde é sócia de 19 de um total de 26 distribuid­oras - e vender sua malha de gasodutos e estruturas essenciais, o ministro da Economia, Paulo Guedes, avalia que a chegada de novos concorrent­es no setor pode fazer com que o preço do gás caia até 40%.

O texto aprovado pela Câmara dos Deputados traz adaptações para essa nova fase. Ele muda o regime de exploração de gasodutos para o de autorizaçõ­es, mais simples que as atuais concessões (que prevê leilões), que impede que uma empresa atue em várias etapas da produção e barra também a verticaliz­ação - ou seja, relação societária entre transporta­dores, produtores e comerciali­zadores.

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