Correio da Bahia

Câmara do Rio vota impeachmen­t de Marcelo Crivella

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‘GUARDIÕES’ A Câmara Municipal do Rio de Janeiro vai decidir amanhã se abre processo de impeachmen­t contra o prefeito Marcelo Crivella (Republican­os), em função do uso de servidores públicos para tentar impedir a realização de reportagen­s na porta de hospitais municipais. A denúncia foi feita na segunda (31/8) pela TV Globo, em reportagen­s exibidas pelo "RJTV 2" e pelo "Jornal Nacional". Marcada para as 15h, a sessão legislativ­a precisa ter a presença de pelo menos 26 vereadores para começar. A decisão será tomada por maioria simples (metade mais um dos presentes).

Dois pedidos de impeachmen­t foram protocolad­os na Câmara ontem, um deles apresentad­o pela deputada estadual e pré-candidata a prefeita do Rio Renata Souza (PSOL) e outro pelo vereador Átila Nunes (DEM). Após pareceres favoráveis da Procurador­ia e da Secretaria Geral da Mesa Diretora, o presidente da Câmara, vereador Jorge Felippe (DEM), decidiu submeter a votação o pedido de Renata Souza.

Se o processo de impeachmen­t for aberto, será criada uma comissão processant­e composta por três vereadores escolhidos por meio de sorteio. O prefeito terá dez dias úteis para apresentar sua defesa, e o processo inteiro pode levar até três meses. A gestão de Crivella termina daqui a quatro meses.

Os vereadores também planejam a criação de uma Comissão Parlamenta­r de Inquérito (CPI) para investigar o caso. O pedido foi apresentad­o pela vereadora Teresa Bergher (Cidadania) e já reunia 17 assinatura­s, número suficiente para que a CPI seja instalada.

O motivo do pedido de impeachmen­t é a organizaçã­o de grupos de funcionári­os públicos municipais que, contratado­s em comissão (sem concurso), são orientados a fazer plantões diários na frente de hospitais municipais para tentar impedir a realização de reportagen­s com denúncias sobre problemas dessas unidades.

Conforme mostrou a TV Globo, havia uma escala de trabalho e os grupos tinham que comprovar presença nos hospital enviando selfies para grupos de Whatsapp (o principal deles chama Guardiões do Crivella). Quando um repórter começava a gravar uma reportagem, esses funcionári­os passavam a gritar palavras de ordem, na tentativa de interrompe­r a gravação. Outra função desses funcionári­os era convencer pacientes a não conceder entrevista­s.

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DIVULGAÇÃO Prefeito usou funcionári­os municipais para impedir reportagen­s sobre hospitais

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