CONTATOS DE LOCAIS
que o número de animais de estimação disponíveis para adoção em toda a capital pode ser bem maior.
A ONG de Patruska tem mais de 200 cachorros e 160 gatos. O Doce Lar tem 348 cachorros e 62 gatos. Já o Abrigo São Francisco de Assis tem 255 cães e 95 gatos (confira ao lado os contatos para fazer sua doação ou adotar um pet - os endereços não serão fornecidos, para evitar o abandono na porta).
E com tantos animais de estimação disponíveis, por que há essa cobiça tão grande pelos filhotes de shih tzu? “Temos mais de 200 vira-latas há anos esperando doação e, em menos de quatro horas, mais de 500 pessoas querem os bebês que estão à beira da morte. O amor é seletivo? Essa reflexão é para toda sociedade. A gente tenta fazer campanha para conscientizar. O vira-lata é a cara do brasileiro, é a mistura de tudo”, disse Patruska.
Para o voluntário da casa Doce Lar, Samuel Montalvão, muitas pessoas não são movidas, ainda, por uma paixão verdadeira aos animais. “Quem gosta de animal não faz diferença entre ser de raça ou SRD, o chamado Sem Raça Definida. É quem ainda está descobrindo essa paixão que faz a distinção. Temos que criar na sociedade uma cultura de que os animais tenham direitos e não sejam tratados como um bem, independentemente da raça”, disse.
Nesses abrigos, também é possível encontrar animais de raça, embora os vira-latas ou SRD sejam a imensa maioria. “Dos mais de 250 cachorros, hoje só temos quatro de raça, que chegam doentes, abandonados pela família. Mas a maioria é o de imagem típica do vira-lata, que sofre preconceito. Nós temos muito cuidado com a adoção movida pela beleza, pois ele precisa
Instituto Patruska Animais disponíveis: 200 cachorros e 160 gatos
Contato para ajuda ou adoção: Instagram @institutopatruska ou pelo telefone (71) 99933-1450
Doce Lar Animais disponíveis: 348 cachorros e 62 gatos Contato para ajuda ou adoção: Instagram @docelar20 ou pelo telefone (71) 99928-2889
Abrigo São Francisco de Assis Animais disponíveis: 255 cachorros e 95 gatos
Contato para ajuda: Instagram: @abpabahia, facebook: /abpa.bahia e site www.abpabahia.org.br.
Contato para adoção: Cão: adote@abpabahia.org.br Gato: felinos@abpabahia.org
de alguém que o ame”, disse a responsável pela comunicação do abrigo São Francisco de Assis, Fernanda Sousa.
Para adotar, todos possuem um procedimento semelhante: entrevista, análise do perfil, da capacidade financeira para cuidar dos bichinhos e da necessidade da família. “Se eles querem um animal tranquilo, um filhote não é uma boa opção, por ser mais ativo”, explicou Fernanda. Durante a pandemia, as entrevistas são realizadas por videochamadas e com todos os membros da casa. Depois da adoção, há ainda o acompanhamento da ONG.
Para manter um bichinho, o custo varia a depender do porte e da raça, que requer cuidados específicos. “Tem cachorro que chega a custar mais de R$ 1.000 por mês e outros R$ 100”, diz Patruska.
Os compradores que levaram 36 dos 66 filhotes de shih tzu apreendidos numa operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) podem ser obrigados a devolver os animais para o poder público. A recomendação é do Ministério Público da Bahia (MP), através do promotor de justiça Áviner Santos, da comarca de Itaberaba, cidade onde os cachorros foram abrigados no primeiro momento.
Áviner identificou que a lei de crimes ambientais diz que os animais que foram apreendidos em situações do tipo devem ser doados a instituições científicas, culturais ou educacionais. “Então, até que tudo seja esclarecido, é uma Organização Não Governamental (ONG) que deve ficar com eles, já que foram apreendidos numa situação de ilícito penal”, explicou.
Para o promotor, o melhor destino para os animais seria o Instituto Patruska Barreiro, que foi chamado pela
PRF para cuidar dos outros 30 animais. No entanto, seis dos que foram apreendidos não resistiram aos maus-tratos sofridos e morreram - dois ainda em Itaberaba e quatro em Salvador na tarde de ontem. Outros três animais morreram na estrada antes da apreensão. A fundadora da instituição, Patruska Barreiro, não conseguiu comemorar a recomendação do MP-BA: “Existe um risco iminente da perda das demais vidas se a justiça demorar. Existe a necessidade de se entrar logo com um pedido de busca e apreensão dos demais filhotes para que eles tenham os cuidados necessários e não entrem de novo no ciclo de abandono e crueldade”, disse Barreiro, emocionada.
Dos 27 filhotes que sobreviveram e que estão na Clínica Pet Vida, em Stella Maris, que tem parceria com o Instituto Patruska, quatro estão em estado crítico de saúde. Não há informações sobre as condições dos outros 36 animais levados pelos compradores. “Eles ficaram de prestar contas, mas ainda não informaram se houve algo com esse animais. Espero que eles sejam intimados pela justiça para informar isso”, disse o promotor.
Ainda segundo ele, só foi identificado, por enquanto, o crime de maus-tratos cometido pelo motorista que transportava os animais. Se houver mais crimes e envolvimento de outras pessoas, elas serão denunciadas.