Correio da Bahia

Auxílio emergencia­l segue até dezembro

Presidente Bolsonaro anuncia redução do valor para R$ 300; Guedes diz ser última camada de proteção

- Doris Miranda, com agências REPORTAGEM doris.miranda@redebahia.com.br

O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta terça-feira que o auxílio emergencia­l será reduzido para R$ 300 e que o novo valor será concedido por mais quatro meses. A quantia representa metade da concedida nos primeiros cinco meses do programa. O valor e o período de extensão do benefício foram definidos na segunda-feira, em reunião entre Bolsonaro com o ministro da Economia, Paulo Guedes. No encontro, o ministro, que defendia novas parcelas de R$ 200, cedeu ao apelo do presidente.

Ontem, o presidente se reuniu, no Palácio da Alvorada, com líderes partidário­s para defender que o valor não seja alterado pela Câmara. Para estabelece­r o novo valor, Bolsonaro enviará uma medida provisória ao Congresso. Isso porque a lei que rege o auxílio emergencia­l permite a prorrogaçã­o por ato do Executivo sem a necessidad­e de validação do Legislativ­o, mas desde que fosse mantido o valor original de R$ 600.

“Nós resolvemos prorrogá-lo por medida provisória até o final do ano. E o valor, como vínhamos dizendo, é muito para quem paga. Nós decidimos aqui, atendendo a economia, em cima da responsabi­lidade fiscal, fixá-lo em R$ 300”, disse Bolsonaro.

O anúncio foi feito simultanea­mente à divulgação da retração inédita de 9,7% no PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre. Estavam ao lado do presidente, além de integrante­s da equipe de governo, dirigente do centrão, como o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) e o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI).

“Existe hoje uma sintonia muito grande entre Executivo e Legislativ­o para que a gente possa retomar a agenda de reformas. A discussão do Renda Brasil vem após o auxílio emergencia­l para que a gente possa apresentar o maior programa de solidaried­ade social da história do Brasil”, disse o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE).

A medida provisória do auxílio emergencia­l tem força de lei imediata, embora o Congresso possa mudar o valor durante a tramitação. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), porém, já sinalizou a Bolsonaro que o Congresso aceitaria o novo valor a ser proposto pelo governo. “Nós temos responsabi­lidade”, afirmou Maia. Segundo ele, a análise deve considerar o impacto da medida nas contas públicas.

A prorrogaçã­o do auxílio emergencia­l ocorre em meio às dificuldad­es da equipe econômica de criar um novo programa social que represente uma expansão em relação ao Bolsa Família.

O auxílio emergencia­l foi criado originalme­nte para durar três meses (tendo como base os meses de abril, maio e junho). Depois, o governo prorrogou por duas parcelas (julho e agosto). O valor de R$ 600 foi mantido em todo esse período. Inicialmen­te, Guedes propôs parcelas de R$ 200 por beneficiár­io, mas o Congresso pressionou por um aumento para R$ 500. O valor acabou fechado em R$ 600 após aval do presidente Jair Bolsonaro.

O auxílio emergencia­l é a medida mais cara do pacote anticrise, e já demanda R$ 254,4 bilhões em recursos consideran­do as cinco primeiras parcelas.

ÚLTIMA CAMADA

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a prorrogaçã­o do auxílio emergencia­l até dezembro é a última camada de proteção social que o governo lança. Entretanto, ele não deu detalhes sobre o Renda Brasil, programa que substituir­á o Bolsa Família e o auxílio emergencia­l,

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