Vacina russa é segura e induz resposta imune, diz estudo
CORONAVÍRUS O primeiro estudo sobre a vacina russa contra a covid-19, chamada de Sputnik V, foi publicado ontem pela revista científica Lancet. De acordo com a pesquisa, que apresenta resultados referem às fases 1 e 2, o imunizante parece seguro, não causa efeitos adversos importantes e é capaz de induzir a resposta imune (produção de anticorpos) no organismo dos voluntários.
O estudo foi produzido pelo Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia de Gamaleya. Ainda este mês deve ser publicado o resultado completo dos testes da vacina realizado em animais. O ensaio foi conduzido em primatas, hamsters sírios e camundongos transgênicos, e mostrou 100% de eficácia protetora da vacina. Os resultados dos ensaios clínicos com 40 mil voluntários devem ser publicados entre outubro e novembro.
Segundo o artigo, os resultados da Sputnik V não mostraram eventos adversos sérios para nenhum dos critérios, enquanto a incidência de eventos adversos sérios para outras vacinas candidatas varia de 1% a 25%. A publicação diz ainda que o nível de anticorpos neutralizantes de vírus dos voluntários vacinados foi 1,5 vezes maior do que o nível de anticorpos de pessoas que tiveram covid-19.
O estudo diz ainda que todos os voluntários desenvolveram imunidade de células T (um tipo de célula de defesa do corpo), representada por células CD4 + e CD8 +, que garantem o reconhecimento e a destruição de células infectadas. A Sputnik V foi registrada no mês passado na Rússia, mas a falta de estudos publicados sobre os testes gerou desconfiança entre a comunidade internacional. No Brasil, o Paraná firmou uma parceria para desenvolver a vacina russa.
Ontem, a Organização Mundial de Saúde (OMS) voltou a falar sobre a expectativa em relação a uma vacina. A porta-voz da entidade, Margaret Harris, disse que a OMS não espera uma vacinação ampla contra a covid-19 até meados do ano que vem, enfatizando a importância de checagens rigorosas sobre a eficácia e a segurança das vacinas.
Nenhuma das candidatas a vacina que estão em testes clínicos avançados demonstrou, até agora, sinal claro de eficácia em um nível mínimo de 50% buscado pela OMS, disse a porta-voz Margaret Harris.
Após um mês da explosão no porto de Beirute, as equipes de resgate seguem buscando desaparecidos. A número de mortos subiu para 191, de acordo com informações do Ministério da Saúde do Líbano. FOTO DE JOSEPH EID / AFP