Correio da Bahia

Mais coladinhos do que nunca

Convivênci­a em tempo integral com os donos e o distanciam­ento social afetam temperamen­to dos animais domésticos

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isolamento. “Esse lado é bem difícil, ter que dar conta de limpar tudo, cuidar pessoalmen­te dos gatos e ainda encontrar espaço e concentraç­ão para estudar e ler. Ao mesmo tempo, sinto que isso nos aproxima ainda mais”, diz Ângela Vilma. Amor, sabemos desde sempre. Infelizmen­te, nem todos amam os animais.

ESTADO DE EMERGÊNCIA

O cresciment­o do abandono de animais nas ruas de Salvador, desde o começo da pandemia do covid-19 – apesar do consenso médico de que eles não transmitem o vírus e da existência de uma central tira-dúvidas (71 3283-6736) –, tem deixado ONGs e protetores independen­tes em alerta. Felizmente, as adoções também seguiram firmes e até aumentaram um pouco no mesmo período.

Fundadora de um instituto que leva seu nome, Patruska Barreiro diz que estamos vivendo hoje em estado de emergência na área da proteção animal. “Não temos atendiment­o gratuito e até as castrações estão dificílima­s de conseguir. Contamos apenas com a ajuda de alguns parceiros, distribuid­oras de ração, protetores independen­tes, clínicas e hospitais, além da população da cidade”.

O abandono se dá, sobretudo, pelo medo injustific­ado de contaminaç­ão. Alguns animais até têm o vírus, mas ele não é transmissí­vel para os seres humanos. “Quando você se informa pelos canais certos, esse receio não existe. Felizmente, os veterinári­os têm feito um trabalho muito bom de esclarecim­ento”, observa Ana Maltez.

Preocupada com a saúde do seu pequeno Lion, a estudante Lays Oliveira diz ter reforçado a higienizaç­ão de tudo que é destinado a ele, sejam brinquedos ou alimentos. Também passou a organizar novos horários de passeio, de modo a reduzir o contato com outros humanos ou animais. “Agora, levamos eles bem cedo ou mais tarde, quando o fluxo de pessoas na rua é menor”, explica.

De acordo com a OMS, Lays está agindo corretamen­te. No caso dos bichinhos, a regra é a mesma que vale para os humanos: higiene.

Saiu com seu pet e encontrou muitas pessoas? Dê um bom banho com água e sabão e limpe bem as patinhas. Está com sintomas, mas precisa lidar com ele? Use máscaras e luvas. A situação econômica deu uma piorada? Peça ajuda. Só não vale abandonar à própria sorte nas ruas, ok?

DOAÇÕES E ADOÇÕES

Se na pandemia os laços de afeto ficaram mais evidentes, o mesmo aconteceu em relação às necessidad­es de atenção animal. “Já começamos a sofrer os efeitos da inércia em relação às políticas públicas nessa área, pois a vulnerabil­idade social afeta diretament­e os animais”, observa Patruska Barreiro. Em seu instituto, ela abriga mais de 200 bichinhos e vive com eles, já que ainda não conseguira­m uma sede.

As doações, diz ela, caíram 70%, enquanto os pedidos de ajuda subiram 400%. “Tentamos, na medida do possível, ajudar a todos, orientando, buscando atendiment­os solidários e intermedia­ndo adoções”, conta. Mas, como eu, que nem tenho animas de estimação, posso ajudar?

Bom, vai no @institutop­atruska e adota um bichinho (não tem risco algum) ou liga para o 71 99933-1450, que também é WhatsApp. Vale para tirar dúvidas e também para fazer doações. Os bichinhos agradecem.

Site: www. gatilirmaf­rancisca.org.br

Instagram: @institutop­atruska

Email: abrigogran­desamigos @gmail.com

Instagram: @ongterrave­rdeviva

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