Valha-nos, Bethânia!
Cética com a vida cultural brasileira, do Oiapoque ao Chuí, sem exceções, recebi o áudio de uma amiga, curto e grosso como se rotulavam os recados de antigamente, garantindo que a única pessoa capaz de tirar o Brasil desse temporal em que ele soçobra é Maria Bethânia. É a solução, pensei. Li que Mário Frias, o garoto propaganda da cultura popularíssima do governo Bolsonaro, participará, ele, secretário de cultura de uma secretaria que já foi ministério, da campanha ‘Um povo heroico’ nos próximos dias. Segunda-feira é Sete de Setembro e a campanha exaltará o Povo em heróis anônimos, militares nos combatentes da 2ª Guerra e, por fim, “os grandes heróis nacionais"... Em pânico, lembrei de Brecht e do áudio que me garantiu que Bethânia “respira debaixo d’água, flutua, solta raio” e pode nos salvar. Pode!
Dias antes, fui marcada, avisada, evocada, exortada a saber e a divulgar que no TCA aconteceu um espetáculo com a nossa OSBA, o nosso BTCA, e na plateia figurinos. Era o que havia antes da pandemia, OSBA, BTCA e figurinos de um Núcleo de Teatro que acabou. E lembrei que diante do avanço do bolsonarismo no Nordeste, o PT determinou que seus governadores se mexessem. Que Rui Costa deve ter pensado: Mexer como, Gleisi? Fazer o que, Lula? A Bahia tem a pior educação do Brasil. Uma das piores seguranças do Planeta. Está no poder há 13 anos e oito meses e não pode culpar a herança maldita. Que alguém deve ter sugerido: Fala de Cultura, Rui... Mas pra política cultural do PT na Bahia só Bethânia na causa!
Porque a impressão é que os políticos ignoram que o Brasil está em estado de barbárie. Que Flordelis, uma colega deles, deputada federal como Rodrigo Maia e Eduardo Bolsonaro, mandou matar o ex-filho, ex-genro e, atualmente, ex-marido, porque precisava separar-se dele, mas não podia desagradar a Deus. Que policiais militares do Rio de Janeiro prendem traficantes de drogas para vendê-los a traficantes rivais. Que todos são funcionários públicos. Que Flordelis foi contratada por 196 mil eleitores para fazer e aprovar leis. Que os policiais militares devem proteger os cidadãos. E o que eles fazem é barbárie.
A Educação pública e eficiente que era boa em 1964, em 1989 não existia mais. Nenhum presidente pós 1989, nenhum, fez absolutamente nada para resgatá-la. O Ministério da Cultura, construído e destruído até 2002, com algumas vitórias, foi totalmente desmontado a partir de 2002, da Tropicália à Malhação. E o Brasil que resta é o da incapacidade de Pensar que fomenta a barbárie. O áudio, lúcido, garante que se Bethânia der um esporro em Bolsonaro ele chora e...
Façamos a lista dos que devem chorar além de Bolsonaro, responsáveis por este Brasil acéfalo. E valha-nos Bethânia!
Há muito tempo a gastronomia vem flertando com a tecnologia. Começou timidamente com o uso de equipamentos modernosos na cozinha, foi inspirando a indústria de alimentos a inovar, a de utensílios a produzir novidades e, aos poucos, foi ocupando seu lugar no mundo digital.
Chefs e cozinheiros que até uma década atrás tinha o telefone fixo como a única forma de receber as reservas, agora sabem que não podem sobreviver longe do ambiente virtual. Redes sociais e sites se tornaram indispensáveis a toda e qualquer cozinha.
E pode acreditar, este é daqueles casamentos invejáveis no qual os cônjuges são felizes para sempre e, claro, dão bons frutos. Em tempos de pandemia, quando muitas uniões não resistiram ao confinamento, esta se fortaleceu ainda mais.
Os aplicativos de entrega de pedidos de comida vivem seu maior boom desde que foram criados, as redes sociais têm se tornado parceiros fundamentais de chefs e donos de restaurantes para apresentar cardápios e receber pedidos, e as startups, que já estavam apostando nesse nicho de mercado começaram a ganhar espaço neste universo que, até pouco tempo, se limitava aos espaços físicos da cozinha e do salão.
E foi exatamente neste contexto que nasceu o ChefHub (www.chefhub.com.br) , uma startup baiana voltada exclusivamente à gastronomia.
Este tipo de serviço, que vem ganhando força nos grandes centros urbanos da Europa, dos Estados Unidos e do Brasil, vai além de um e-commerce, ele funciona como uma plataforma que reúne vendas de produtos, serviços, conteúdo e, claro, menus sofisticadíssimos criados por chefs estrelados. Tudo online.
E este primeiro marketplace de gastronomia baiano já chegou com grife. A startup, criada e comandada por Cristiana e Danilo Noya, mãe e filho - ela oriunda da área de tecnologia e gestão de negócios, ele estudante de administração de empresas - se apresentou ao mercado local com um menu criado pelo chef Fabrício Lemos, comandante dos restaurantes Ori e Origem.
O serviço, batizado Você é o Chef, consiste no delivery de uma caixa personalizada com os ingredientes (porcionados) e o passo a passo com as orientações do chef para o cliente preparar o prato.
APRESENTAÇÃO
E é claro que o CORREIO, que gosta de sair na frente, correu para experimentar. Fizemos o pedido do kit e este chegou no horário combinado, numa bela caixa de papelão, com uma
fresco. Um espetáculo!
Depois da experiência, ficou claro a razão de os criadores do negócio terem escolhido esse serviço para se apresentar ao no mercado baiano. A empatia é instantânea. Afinal, quem resiste a uma comida bem elaborada e ainda mais com o sentimento de que foi você mesmo quem fez?
NOVOS RESTAURANTES
O sucesso do kit de Fabrício Lemos foi tão grande que ele já está preparando outro menu para este mês. Além do dono do Ori, tem ainda outros chefs participantes do projeto: Pinho, do Cozinha do Pinho, e Jussara, do Natural Club. Nos próximos dias outros restaurantes entrarão no portfólio. O