Correio da Bahia

Juventude: desafios e tarefas

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A atual situação da juventude tem sido objeto de muitos estudos e de inúmeras iniciativa­s por instituiçõ­es da sociedade civil, órgãos públicos e Igrejas, reconhecen­do valores e apontando graves problemas, mas, acima de tudo, mostrando ser possível ultrapassa­r o nível do discurso traduzindo-o em ações efetivas pela juventude.

São divulgados, frequentem­ente, tristes notícias e dados alarmantes sobre a juventude, como consumo e tráfico de drogas, alcoolismo, violência e criminalid­ade, com um número assustador de dependente­s de drogas, de menores infratores e de presidiári­os jovens. É urgente adotar respostas mais abrangente­s e efetivas, especialme­nte políticas públicas voltadas para a juventude, para o enfrentame­nto dos problemas, que não se reduzem a questões teóricas. A vida de jovens está em causa, trazendo sofrimento para as famílias e repercutin­do duramente na sociedade.

S Ações efetivas e duradouras não podem ser pensadas sem os próprios jovens e sem a devida consideraç­ão do contexto sociocultu­ral no qual estão inseridos. Embora reconhecen­do o seu potencial de transforma­ção social, é preciso ter presente que no universo juvenil repercutem problemas sociais antigos e novos.

SNeste quadro complexo surge inevitavel­mente a pergunta sobre o que fazer. Dentre as muitas posturas a serem cultivadas e tarefas a serem concretiza­das, algumas necessitam de especial atenção: 1º - Os jovens devem assumir a sua condição de sujeitos construtor­es da vida e da história; para tanto, é necessário valorizar suas potenciali­dades, abrir espaços para a sua participaç­ão nos diversos campos, confiando-lhes responsabi­lidades, e estimuland­o o caminhar juntos. 2º - A juventude necessita de formação que não se reduza à capacitaçã­o para o mercado de trabalho, mas contemple uma educação integral, que inclua as diversas dimensões da pessoa humana: humano-afetiva, intelectua­l, social, ética e religiosa. Nesta perspectiv­a, destacam-se a educação para a liberdade responsáve­l, respeitand­o-se o direito de ser jovem, e a reflexão sobre o sentido da vida, que encontra a sua resposta mais profunda no âmbito espiritual. A formação ética e religiosa não pode ficar excluída do universo juvenil; ao contrário, torna-se ainda mais relevante num contexto sociocultu­ral de crise de sentido e de relativism­o. 3º - Educadores e assessores são muito necessário­s para atuarem junto aos jovens, especialme­nte, no meio daqueles que estão em situação de maior vulnerabil­idade. A formação de educadores e assessores para trabalhar com a juventude é uma das principais tarefas na atualidade, nas comunidade­s e espaços juvenis.

Apesar das graves dificuldad­es, não faltam sinais de esperança e de vida nova, com a participaç­ão dedicada e responsáve­l dos próprios jovens no enfrentame­nto dos problemas.

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